O Carnaval 2023 terminou com saldo positivo em Minas Gerais, que recebeu mais de 11 milhões de pessoas durante os quatro dias da festa. Redução no número de roubos, acidentes de trânsito e casos de violência destacam que a folia no estado foi a mais segura do Brasil.
Os dados foram apresentados pelo Governo de Minas em entrevista coletiva nessa quinta-feira (23) para apresentar o balanço do Carnaval da Liberdade, promovido pelo Estado por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e atuação das secretarias de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Estado de Saúde (SES-MG), Desenvolvimento Social (Sedese), além da Polícia Militar Militar de Minas Gerais (PMMG), Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG).
Mais segurança
Números da Sejusp indicam que houve redução de 75,2% no número de roubos em Minas Gerais no comparativo com o Carnaval de 2020, último antes da pandemia de covid-19. Neste ano, foram 149 ocorrências no estado – naquele período o registro foi de 603.
Em relação aos furtos, a queda foi de 57,7%, passando de 4.142 registros para 1.750, no comparativo 2020 e 2023. Os homicídios apresentaram redução de 47,8%, passando de 40 casos (2020) para 21 (2023).
Alvo de diversas campanhas de conscientização, o crime de importunação sexual também diminuiu neste ano. Foram 38 ocorrências em Minas Gerais neste Carnaval, contra 51 registrados em 2020, uma redução de 25%.
Os dados de estupro e estupro de vulnerável apresentaram queda de 33 e 45%, respectivamente. Foram dez casos de estupro em 2023 contra 15 em 2020, e 12 de estupro de vulnerável contra 22 em 2020.
“Tivemos também um aumento, um incremento muito importante no nosso telefone 181, o Disque-Denúncia. Quando você tem um aumento do Disque-Denúncia, quer dizer que a população está confiando mais no governo, por isso ela entra mais em contato”, analisou o secretário de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, Rogério Greco.
“Tivemos reduções importantíssimas nos índices de criminalidade. Podemos assegurar, hoje, que Minas não só é o estado mais seguro da federação, mas também tem o Carnaval mais seguro do país. Isso graças à união e integração das secretarias e de todas as forças de segurança”, concluiu.
Ações preventivas
Diretor de Operações da Polícia Militar de Minas Gerais, o coronel Flávio Godinho disse que entre as estratégias que garantiram ações bem-sucedidas no Carnaval deste ano em Minas Gerais esteve o fato de a corporação já preparar a tropa com treinamentos pontuais para eventos com multidões durante o período da covid-19, quando não houve programação da folia.
Neste ano, a PMMG chegou a instalar 50 mil pontos de serviço em todo o estado, garantindo o policiamento tanto nas ruas, que receberam blocos e desfiles, quanto nos bairros e municípios onde não houve festa, e também nos balneários do estado.
Estradas também foram ponto de atenção
“Tivemos também uma apreensão no estado de 1,5 mil veículos por meio da nossa Polícias Rodoviárias Estadual, e 1,1 mil pessoas conduzidas por embriaguez ao volante. Isso trouxe para a gente uma redução de, aproximadamente, 47% de acidentes com vítimas fatais”, disse o coronel.
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, por sua vez, ampliou em 20% o número de bombeiros militares para as ações de prevenção deste Carnaval. Foram mais de 4,7 mil profissionais direcionados. A atuação se deu em três focos, especificamente, segundo o tenente-coronel Frederico Pascoal, que comandou o Batalhão Carnaval do CBMMG.
“O primeiro deles é a atuação em pontos-base em rodovias, fazendo campanhas junto aos motoristas e facilitando o acesso em caso de acidentes. Isso foi um dos fatores que pode ter contribuído para a redução no número de acidentes. No nosso caso, tivemos uma redução superior a 30% no número de atendimentos de acidentes automobilísticos”, diz o militar.
Os outros pontos foram a prevenção aquática (para redução no risco de afogamentos, por exemplo) e ação preventiva nos locais de aglomeração de público.
“Tivemos mais de 1,6 mil eventos declarados no estado de Minas Gerais, sendo que desses, pelo menos 900 blocos carnavalescos. Todos eles receberam orientações do Corpo de Bombeiros”, informou. Foram mais de 2 mil vistorias prévias também em locais de recepção de público e hospedagem.
Diversidade e respeito
Em ações de orientação da Polícia Civil de Minas Gerais, foi reforçada a importância do combate ao preconceito racial, gordofobia, lgbtfobia e respeito à dignidade sexual.
A chefe adjunta da PCMG, Irene Franco Leroy, destacou a reação dos próprios foliões no período, protegendo vítimas de assédio, por exemplo. “Foi muito interessante como a própria população também embarcou nessas campanhas realizadas não só pela PCMG, mas por outros órgãos de governo e entidades sociais espalhadas por Minas”, afirmou.
A necessidade de promoção e defesa dos direitos da população em sua diversidade foi lembrada pela subsecretária de Políticas sobre Drogas da Sedese, Soraya Romina.
Durante o Carnaval, a secretaria distribuiu mais de 400 mil leques com mensagens educativas e telefones úteis. (Agência Minas)
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