Cientistas descobrem que chips podem ser feitos com cogumelos - Rede Gazeta de Comunicação

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Cientistas descobrem que chips podem ser feitos com cogumelos

JOYCE ALMEIDA

A maioria das pessoas que possuem celulares usam chips em seus aparelhos. O chip ou SIM Card é um dispositivo criado para transmitir informações através de um rastreador, que são conectados e distribuem sinais e dados pelas antenas das operadoras autorizadas pela Anatel. Geralmente, são fabricados com um substrato feito de plásticos não degradáveis e usados como base de um circuito no chip para isolar e resfriar os metais condutores contidos nele.

Na Áustria, cientistas da Universidade Johannes publicaram na revista Science Advances os resultados de suas pesquisas, em busca de uma eletrônica mais flexível e extensível usando elementos sustentáveis, com o objetivo de excluir o uso de materiais não degradáveis. De acordo com os pesquisadores, os cogumelos podem ser usados como alternativa de sustentabilidade na fabricação de chips.

Em entrevista concedida para a CNN, o chefe da Divisão de Física de Matéria Macia da universidade e coautor do artigo, Martin Kaltenbrunner, sua equipe teve uma importante participação na descoberta, uma vez que, sem querer, um de seus membros estudava materiais originados de fungos para outros objetivos, quando descobriu que a pele do cogumelo Ganoderma lucidum pode ser úteis nos circuitos elétricos, substituindo o substrato até então utilizados.

No Instituto de Física Experimental da instituição austríaca, a equipe coordenada por Roland Pruckner e Doris Danninger, descobriu que o cogumelo produz uma pele compacta feita de micélio que protege a madeira que está em seu interior. Ele cresce em árvores de madeira maciça apodrecidas no Leste da Ásia e no continente europeu.

Kaltenbrunner relatou que a equipe extraiu a proteção isolante descascando e secando a pele do fungo. Segundo a pesquisa, a pele é menos isolante do que o plástico, no entanto, foi efetiva na segurança dos circuitos e ainda conseguiu suportar temperaturas maiores a 200°C, sendo ideal para substrato. “Ele pode ser cultivado a partir de madeira residual e não precisa de processamento com uso intensivo de energia ou grande custo”, explica o cientista, que diz ainda que o micélio, composição extraída do cogumelo, se degrada em até duas semanas no meio ambiente. O projeto ainda está em fase experimental, mas os cientistas já apostam que as peles biodegradáveis serão uma boa opção de material sustentável na eletrônica que não necessitam de circuitos elétricos duradouros. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)

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