Um dos mais conhecidos e visitados pontos turísticos de Montes Claros, o Mercado Municipal Christo Raeff é visitado por centenas de pessoas diariamente, oferecendo uma infinidade de produtos vindos de zonas rurais da região, além de uma variedade de artesanato feito por pessoas que residem na cidade e em localidades próximas. Mas, quem foi a personalidade que dá nome ao Mercadão?
De acordo com o projeto acadêmico elaborado pela então acadêmica Maria Elvira Curty Romero Christoff, feito para a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Christo Raeff nasceu na Bulgária. Ele fugiu do país em questão, se refugiando em terras tupiniquins no começo do século passado, exatamente em 1929. Mas como foi essa jornada de Christo até chegar a nosso país?
Conta a história, baseada no relato de Maria Elvira, que em seu país de origem emergiu ao poder um líder considerado ditador e totalitário chamado Boris III, que conduzia seu trono com mãos de ferro. Foi nessa ocasião que o Partido Comunista Búlgaro uniu-se ao Partido Agrário e à Organização Revolucionária Búlgaros da Macedônia, insuflando levantes e disseminando ideias de luta por várias cidades. A estes dois movimentos, Christo era simpatizante.
Em uma dessas ações, em um clima de inconformismo, lutas e perda e em defesa dos ideais de mudanças políticas, que, em 1925, Christo Raeff, juntamente com outros revolucionários, entre eles um amigo seu chamado Radi Gorsk, foi estimulado a organizar um motim e explodir uma igreja em que Boris III supostamente estaria.
Porém, a empreitada não deu certo e ele resolveu fugir do país e encontrar lugares mais remotos para ficar. Num primeiro momento, o seu amigo Radi foi quem saiu da Bulgária, fugindo para a América do Sul, chegando ao Rio de Janeiro. Ali, por indicação de um russo que conhecera na viagem, Radi seguiu para Diamantina, Minas Gerais, em busca de mineração. Acontece que, durante a viagem, ele acabou adormecendo, só acordando no final da linha, em Bocaiúva. Dalí seguiu a cavalo até Montes Claros, cidade um pouco mais desenvolvida que havia desembarcado. Logo, se adaptou a cidade.
Nesse período, Christo Raeff permaneceu escondido nas montanhas da Bulgária, enquanto sua esposa Russa Christova Raeva cuidava de seus filhos Rayu e Konstantin. Em 1929, Christo partiu para o Brasil ao encontro de seu amigo Radi Gorsk. Para tanto, deixou para trás a mulher e os filhos, prometendo a eles em breve os reencontrarem. Em busca de uma nova perspectiva de vida começou, em Montes Claros, a se dedicar à agricultura.
Aqui, encontrou uma cidade muito simples com uma população desconhecida de algumas verduras e legumes. Coube ao Christo ensina-la e motiva-la a cultivar alimentos como cenoura, rabanete, nabo, tomate grande, berinjela, repolho, pimentão e folhas diversas.
Uma passagem curiosa desse momento é que Christo carregava cestos em toda a cidade com vistosas e estranhas verduras produzidas em sua horta, batendo de porta a porta apresentando as folhas, até então, exóticas para a população.
Foi através de seu gosto de trabalhar a terra que Christo Raeff fez com que a população de Montes Claros começasse a apreciar diferentes verduras e legumes.
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