(*)Isabel Lôpo
(*)Historiadora, atriz, cronista e acadêmica de jornalismo
Já estamos no segundo mês do ano novo e ainda que timidamente, boas notícias vêm surgindo no mundo das artes.
Em setembro do ano passado, tive a felicidade de entrevistar o cineasta Claudio Manoel dos Santos, via live transmitida pelo canal da Funorte (Faculdades Integradas do Norte de Minas) no youtube. Naquela ocasião estávamos vivendo numa completa incerteza, inclusive nas datas de estreias e lançamentos de material recém produzido e ficamos eufóricos ao saber da produção do documentário sobre o saudoso Chacrinha (José Abelardo Barbosa de Medeiros). Não tive oportunidade de acompanhar sua trajetória de estrondoso sucesso profissional, pois não é de meu tempo e ele veio a falecer quando eu tinha apenas três anos de idade. Cresci ouvindo histórias sobre o “Velho Guerreiro” que marcou época na televisão e transformou a vida de muita gente, num período em que todo mundo queria ser artista e famoso.
Sempre que estou em viagem, dou um jeito de consumir todos os possíveis conteúdos artísticos ali ofertados ao público. Em janeiro de 2015, estava no Rio de Janeiro, estudando na Cal (Casa de Arte de Laranjeiras) e tive a sorte de assistir no teatro João Caetano, o espetáculo “Chacrinha, o musical” estrelado pelo ator Stepan Nercessian interpretando o Chacrinha consagrado no rádio e na TV, enquanto o ator Leo Bahia interpretava o jovem Abelardo Barbosa. Nunca me emocionei tanto assistindo um espetáculo, a cada nota musical e faiscar no cenário exageradamente iluminado, como tinha de ser, chorava e ria ao mesmo tempo. Sem saber discernir meus sentimentos, saí dali, completamente leve pelo desabafo das emoções.
Se uma produção ficcional mexeu tanto com meu emocional, já posso imaginar o que será quando assistir o documentário produzido pelos cineastas, Claudio Manoel e Micael Langer.
Segundo a produção, “Chacrinha – Eu Vim Para Confundir e Não Para Explicar”, aborda a trajetória do comunicador mais famoso da TV nacional e todos os excessos daquela época como a falta de limites na briga por telespectadores que transformou o mundo televisivo em um campo de batalha numa verdadeira guerra por audiência, no período ditatorial e censura a tudo que fosse popular. Tudo isso convergido num rico material de acervo coletados pelos diretores.
Mesmo não tendo vivido naquela época, tenho a sensação de que o programa do Chacrinha era tão a cara do brasil, que se tornou inesquecível na memória afetiva dos brasileiros, e não vejo a hora de conferir a veracidade dessa minha sensação direto na telona. Por enquanto o documentário está em cartaz nos cinemas do Rio de Janeiro e de São Paulo, e em breve estará com certeza disponível em algum desses streamings da moda. Boa sessão a todos!
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