GIRLENO ALENCAR
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Montes Claros encaminhou correspondência ao prefeito Humberto Souto, solicitando a autorização para ser permitido o funcionamento do comércio para atender aos consumidores na porta, nos moldes do que ocorreu no ano passado na cidade e que está sendo praticado em Patos de Minas. O presidente Ernandes Ferreira Silva, na correspondência, alerta a “preocupação com os impactos sociais e econômicos que a crise provocada pela Covid-19 tem intensificado em nossa cidade, sobretudo no reflexo no comércio local, já fragilizado com a recessão dos últimos anos e ratifica que, pelo menos, seja autorizado a possibilidade dos setores que não estejam incluídos no funcionamento presencial possam entregar ao consumidor os seus produtos no local de venda, tal qual preconiza o inciso II do artigo 3º da Deliberação nº 130 que instituiu o “Protocolo Onda Roxa em Biossegurança Sanitário Epidemiológico – Onda Roxa”.
Ele afirma que “pode-se criar anteparos nas portas das lojas não permitido assim o consumidor adentrar nos estabelecimentos, aplicando, com equidade, a mesma regra para os alimentos preparados, até como condição de logísticas para aqueles que necessidade “marmitex”, por exemplo. Tal autorização é oportuna, pertinente e necessária”. Justifica ainda que “lembrando que mesmo que autorizada o que acima é solicitado, não se deve perder de vista a necessidade premente de intensificação e conscientização da população com campanhas educativas de informação, cuidados essenciais e dos riscos advindos com o contágio deste vírus tão nocivo. E ainda a maioria das cidades do porte de Montes Claros e até menores, mas com situação sanitária mais grave, adotaram tal medida como instrumento para mitigar o grave problema social econômico do desemprego e fechamento de negócios”.
No oficio, o presidente Ernandes Ferreira cita que “é fato inconteste os impactos sociais e econômicas que a crise advinda pela pandemia relacionada ao coronavírus (SARS-CoV-19), tem provocado em nosso país e, consequentemente, em nossa cidade. As medidas restritivas adotadas pelo município, no sentido de reduzir o aumento dos casos confirmados tem sido salutares e positivas, porém, há necessidade premente de se fazer uma observação mais holística da situação, já que muitas delas têm atingido frontalmente uma parte expressiva do comércio varejista local, que vê na restrição de funcionamento de suas atividades a intensificação da crise econômica do setor, já penalizado com outras anteriores medidas restritivas que leva, inexoravelmente, a queda de arrecadação pelo município e encerramento de atividades comerciais com consequência direta no número de demissões, já bastante elevado em nossa cidade”.
Ele lembra que “ademais, temos sido questionados diariamente e, é necessário observar ainda, que todas as medidas até aqui tomadas tem atingido frontalmente o pequeno comércio varejista local, já que sofre com a concorrência das grandes redes (hipermercados, supermercados e grandes atacadistas), que estão legalmente abertos por terem em sua grade de produto os chamados “essenciais” e, assim, podem comercializar livremente diversos outros tipos de mercadorias tidos por “não essenciais” a exemplo: roupas, calçados, móveis e etc. Soma-se ainda, o volume de pessoas que adentram diariamente nestes estabelecimentos que nem de longe se aproximam do pequeno varejista local, que atendem normalmente uma ou duas pessoas por vez e geram milhares de empregos. Se bem observarmos, somando todas estas pequenas empresas, o volume de pessoas que por elas circulam não atinge a 50% do volume das grandes redes, o que aumenta ainda mais a insatisfação tendo visto que não são os pequenos negócios motivo da disseminação e do contágio viral, já que são sempre cumpridores das medidas de biossegurança necessárias impostos pelas autoridades”.
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