Caso de ‘vaca louca’ ocorreu no Norte de Minas - Rede Gazeta de Comunicação
Caso de ‘vaca louca’ ocorreu no Norte de Minas

GIRLENO ALENCAR

O caso de ‘vaca louca’ registrado em Minas Gerais e anunciado pela Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e confirmado dia 4 de setembro foi em um animal do Norte de Minas, comercializado para um frigorífico de Belo Horizonte. O presidente do Sindicato Rural de Montes Claros, José Avelino, explica que o local onde esse animal foi criado é mantido em sigilo, pois ficou constatado que foi um caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina e ainda mais que não ocorreu a transmissão da doença e o animal foi morto há 30 dias.

O Ministério da Agricultura esclareceu que o mal da vaca louca foi constatado em dois frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG). A confirmação foi feita na sexta-feira (3) pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá.

De acordo com a pasta, todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório. “Portanto, não há risco para a saúde humana e animal”, destacou, em nota.

Os dois casos atípicos, um em cada estabelecimento, foram detectados durante a inspeção realizada antes do abate dos animais. “Trata-se de vacas de descarte que apresentavam idade avançada e que estavam em decúbito [deitadas] nos currais”, explicou. Conforme preveem as normas internacionais, o Brasil também notificou oficialmente a OIE da ocorrência. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, as exportações de carne bovina ficam suspensas temporariamente. A medida, que passa a valer a partir de hoje (4), ficará em vigor até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos.

O país asiático é o principal destino da carne brasileira, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). No mês de julho foram exportados 91.144 toneladas do produto, crescimento de 11,2% em relação ao mesmo mês de 2020, com alta de 19,1% nas receitas, somando US$ 525,5 milhões. No acumulado, de janeiro a julho de 2021, os embarques para a China já somam 490 mil toneladas e receitas de US$ 2,493 bilhões, crescimento de 8,6% e 13,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2020.

Classificação de risco

O Mapa esclareceu ainda que a OIE exclui a ocorrência de casos atípicos da vaca louca para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. “Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos”, completou.

Segundo o ministério, estes são o quarto e quinto casos atípicos da doença registrados em mais de 23 anos de vigilância do país. Eles ocorrem de maneira espontânea e esporádica e não estão relacionados à ingestão de alimentos contaminados. A pasta destacou que o Brasil nunca registrou a ocorrência de caso clássico do mal da ‘vaca louca’.

O Norte de Minas tem um rebanho de aproximadamente 2 milhões de cabeças de gado e se destaca por apresentar uma carne de qualidade internacional. A pecuária é um dos pilares da economia do Norte de Minas, tanto no corte, que é vendido para várias partes do mundo, como no leite.

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