Caixa inicia projeto para recuperar 1.500 nascentes vivas - Rede Gazeta de Comunicação

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Caixa inicia projeto para recuperar 1.500 nascentes vivas

A Caixa Econômica Federal e o Instituto de Desenvolvimento Sustentável deram início sábado, em Montes Claros, ao Projeto ‘Nascentes Vivas’, que prevê a recuperação de 1.500 nascentes na cidade e investimento de R$ 10,2 milhões do Fundo Social da Caixa. O curioso é que no sábado foram plantadas simbolicamente duas mudas no Parque João Alencar Athayde, com a presença do vice-presidente de Estratégia e Pessoa da Caixa, Antonio Carlos Ferreira e dirigentes do Instituto Social, mas sem qualquer convidado. Eles afixaram uma placa no interior do parque.

A recuperação de 1.500 nascentes a partir da mobilização social e conhecimento técnico nas ações de plantio e monitoramento das nascentes recuperadas. Com a ação, o objetivo é aumentar a segurança hídrica do abastecimento de água para consumo humano, promover a sustentabilidade e gerar renda para as comunidades. O prazo de execução será de 12 meses.

O Projeto ‘Nascentes Vivas’, do Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDS), tem o intuito de integrar o Programa Águas Brasileiras. O projeto pretende recuperar 1.500 nascentes na Bacia do Rio Verde Grande em Minas Gerais. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável (IDS), sediado em Taiobeiras, a entidade privada sem fins lucrativos constituída há 17 anos por técnicos das mais variadas formações profissionais, tem destacada atuação na Serra Geral de Minas, região de Porteirinha, especialmente no apoio ao associativismo e cooperativismo, arranjos produtivos locais, formação, capacitação e construção de cisternas de placas para captação de águas de chuvas, elaboração de projetos no âmbito da agricultura familiar e organização comunitária, rural e urbana. O Projeto ‘Nascentes Vivas’ é de grande importância para o Norte de Minas e para o Vale do São Francisco em especial. O projeto contempla um conjunto de ações de recuperação de nascentes e de educação socioambiental adequadas às necessidades da área de abrangência e trará importantes benefícios a uma região com baixo índice de desenvolvimento, constantemente atingida por secas inclementes e com escassez hídrica cada vez maior, empecilhos ao desenvolvimento e ao bem estar social.

O envolvimento da população no projeto é um ponto-chave na sustentabilidade do mesmo. Ações de educação ambiental serão realizadas tendo em vista facilitar o desenvolvimento das futuras gerações, incentivando o reflorestamento e a preservação da natureza. Este projeto está alinhado com os objetivos do Programa Nacional de Revitalização de Bacias Hidrográficas, pois visa essencialmente a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs).  No caso das nascentes, as APPs consistem em um raio de 50 metros, tendo a função de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. O plantio de árvores e/ou o cercamento do entorno destas áreas visa proteger as minas d’água e restabelecer a cobertura vegetal com o intuito de conservar os mananciais e proporcionar a oferta de água para a população em boa quantidade e qualidade.

A água, por mais abundante que seja no mundo e especialmente em nosso país, apresenta escassez em diversos locais. Esse recurso é indispensável aos ecossistemas e às atividades humanas. Logo, ações que favoreçam o aumento da disponibilidade de água devem ser priorizadas pelos órgãos competentes.  Além da má distribuição, vários fatores contribuem para a diminuição da disponibilidade de água, tais como: o aumento da demanda, em função do crescimento populacional desordenado; a poluição dos corpos hídricos e a degradação da qualidade das águas e contaminação, tornando-a imprópria para consumo; o uso e a ocupação do solo, afetado pela urbanização, pela retirada da vegetação e pelas atividades agrossilvipastoris; as mudanças climáticas e as demais atividades antropogênicas. Grande parte da área de abrangência do Projeto Nascentes Vivas – Bacia do Rio Verde Grande e Parque Estadual Serra Nova e Talhado – estão inseridas no semiárido brasileiro, região também conhecida como Polígono das Secas, região considerada pobre e com índices de desenvolvimento socioeconômico insignificantes. Isto se deve em grande parte à baixa oferta de recursos hídricos na região. Então, para reverter este quadro e desencadear o desenvolvimento regional, é fundamental que existam ações ambientais que favoreçam o aumento da quantidade de água adequada para consumo humano e para fornecimento aos animais. Neste contexto, a boa gestão dos recursos hídricos, o uso racional da água e a preservação dos mananciais são essenciais.

A recuperação de nascentes, na melhoria do acesso à água – um recurso natural de valor econômico, estratégico e social. (GA)