Caged constata queda de empregos em março deste ano - Rede Gazeta de Comunicação

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Caged constata queda de empregos em março deste ano

O mercado de emprego formal em Montes Claros teve um saldo negativo de 96 postos de trabalho. Foram realizadas 2.620 admissões contra 2.716 dispensas. E justamente no mês em que se comemorou o Dia Internacional da Mulher (8 de março), houve um aumento de demissões de pessoas do sexo feminino. Os dados são do balanço mais recente apresentado nesta quarta-feira (5/5), pelo Observatório do Trabalho do Norte de Minas (OTNM), da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração (Gepad), o levantamento é realizado e coordenado pelos professores Rogério Martins Furtado de Souza e Roney Versiani Sindeaux, ambos do Departamento de Ciências da Administração/Unimontes.

De acordo com a pesquisa relativa ao terceiro mês do ano, ocorreram mais admissões de homens (57,06%), enquanto as mulheres responderam por 42,94% das contratações. O sexo masculino também respondeu pela maior parte das demissões (54,46%) contra 45,54% do sexo feminino.

Por outro lado, a coordenação do Observatório do Trabalho explica que, em março, em termos proporcionais, há uma elevação quanto às demissões de mulheres em Montes Claros se comparar aos meses anteriores, o que contribuiu para o saldo negativo entre contratações e desligamentos na cidade. “Considerando as variações percentuais em relação aos meses anteriores e, ainda, os saldos absolutos apurados no mês, identifica-se que, proporcionalmente, o maior número de desligamentos foi de mulheres. O saldo negativo em março foi decorrente do saldo negativo ocorrido nesse segmento, visto que no sexo masculino obteve-se um saldo positivo”, diz o boletim informativo.

A coordenação do estudo lembra que, tradicionalmente, março é um período de redução do saldo das admissões e desligamentos quando comparado a janeiro e fevereiro. Mas, desta vez, a situação foi agravada por causa dos reflexos da pandemia do Novo Coronavírus (Covid-19). “Observando os últimos nove anos, o saldo de março sempre foi menor que o de fevereiro. Porém, especificamente neste ano, tal contexto foi agravado pelo recrudescimento da pandemia e as subsequentes medidas tomadas pelos gestores públicos para tentar sua contenção”, acrescentam os pesquisadores.

“O fechamento por vários dias de muitas atividades econômicas provavelmente proporcionou um aumento no grau de insegurança dos empresários acerca da evolução do mercado ao longo do primeiro semestre, comprometendo o clima de otimismo com a recuperação econômica observado nos números do início do ano”, revela o relatório. No relatório, os professores destacam que o dado negativo de março “comprometeu um pouco” o saldo acumulado de empregos formais no município, que tem resultado de 1,18% em relação ao ano de 2020. “Esse percentual está dentro da média do País como um todo, porém, abaixo dos saldos obtidos na região Norte de Minas e no Estado de Minas, que vem mantendo um percentual de crescimento próximo de 2%”, assinalam.

Conforme o balanço do Observatório do Trabalho da Unimontes, nos dois primeiros meses de 2021, o mercado de trabalho em Montes Claros se manteve no patamar de 3 mil contratações e caiu para 2.620 em março. Ao todo, no mês foram registradas 92.317 pessoas formalmente empregadas na cidade, com um saldo positivo de 2.868 admissões nos últimos seis meses. Nos últimos três meses, houve um saldo positivo de 1.022 contratações na cidade.

Ainda de acordo com o levantamento periódico do Grupo de Estudos e Pesquisas em Administração da Unimontes, a construção e o agronegócio foram os únicos setores da economia que tiveram saldo positivo entre as contratações e demissões em Montes Claros em março de 2021. Por outro lado, nos últimos seis meses, o maior saldo positivo foi observado no comércio, seguido pelos setores de Serviços e Indústria. Em março, as maiores perdas de postos de trabalho no município foram verificadas na Indústria. (GA)