O brasileiro gasta, em média, US$ 7,55 mensais, enquanto o restante do planeta investe US$ 186,33
Brasileiro gasta US$ 7,55 mensais em saneantes, enquanto média global é de US$ 186,33. Com alto potencial de expansão, de acordo com a Euromonitor International, a previsão é que o consumo no Brasil cresça 35% até 2027, atingindo US$ 9,3 bilhões, contra um faturamento anual, hoje, de US$ 7,5 bilhões. Em 2023, o País manteve a 4ª colocação no ranking global, atrás apenas dos Estados Unidos, China e Japão.
De acordo com dados divulgados no Anuário 2024 da ABIPLA – Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e de Uso Profissional, com base em um estudo da Euromonitor International, o Brasil, que é atualmente o 4º maior mercado de produtos de limpeza do mundo, tem um consumo per capita de saneantes que equivale a 4% da média mundial. O brasileiro gasta, em média, US$ 7,55 mensais, enquanto o restante do planeta investe US$ 186,33. O País perde até para a média da América Latina, que investe US$ 24,98 em produtos de limpeza.
“A informalidade no mercado de saneantes, apesar de ter caído nos últimos anos, é um dos motivos para essa diferença em relação aos outros países. Além disso, as misturas caseiras de produtos de limpeza, que são extremamente perigosas para os consumidores e para a saúde pública, acabam, em algumas situações, ocupando o espaço de produtos de limpeza”, analisa Paulo Engler, diretor-executivo da ABIPLA, lembrando que os saneantes clandestinos representam 11% de todo o setor de produtos de limpeza de uso doméstico, de acordo com a pesquisa de informalidade realizada pela entidade neste ano. O índice representa uma queda de 50% em relação ao estudo de 2021 (eram 22%).
Engler, no entanto, destaca que a disparidade nos números, na comparação com outros países, também traz dados positivos. “O primeiro deles é a prova de que o produto de limpeza brasileiro é acessível à população. Estimamos que até 80% dos consumidores brasileiros consomem um mix básico de itens de limpeza, ou seja, apenas artigos essenciais para a limpeza doméstica e de pequenos negócios. Além disso, os fabricantes possuem diferentes linhas, projetadas para diferentes perfis de consumidores, o que permite um acesso quase universal ao mercado de saneantes. Outro ponto positivo é que, claramente, o mercado nacional tem um grande potencial para crescimento, no consumo per capita”, destaca.
Engler explica que esse potencial não é pelo aumento dos preços dos produtos de limpeza no País, mas pela chegada de itens cada vez mais sofisticados ao mercado nacional. “Um dos segmentos com maior potencial de crescimento – e que pode elevar o consumo per capita nacional – é o de saneantes que aliam praticidade, alta eficiência, tecnologia e características sustentáveis. São produtos que demandam muito investimento em pesquisa e que, naturalmente, podem elevar o tíquete médio de saneantes”, afirma. “A verdade é que há uma possibilidade de alta no consumo per capita sem necessariamente aumento nos preços de produtos de limpeza básicos”, completa.
Para comprovar a teoria, o diretor-executivo da ABIPLA cita a própria variação de preços de produtos de limpeza no ano. Segundo dados do INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, a inflação setorial está negativa, em 2,23% no período de janeiro a agosto de 2024. Já os 12 meses anteriores a agosto mostram uma deflação de 3,99%. “Isso é uma prova de que não é necessário aumento de preços para a elevação do tíquete médio, tanto que os fabricantes lançam, com frequência, produtos de alto valor agregado no mercado, têm boa aceitação, e, mesmo assim, o setor acumula deflação nos indicadores oficiais.”
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