Bairro Major Prates rejeita indígenas venezuelanos - Rede Gazeta de Comunicação
Bairro Major Prates rejeita indígenas venezuelanos

Os moradores do bairro Major Prates e mais especificamente da rua Raimundo Neto exigiram a saída dos indígenas venezuelanos da etnia Warao, que estão em casa alugada. Eles terão que desocupar o imóvel até hoje. O prazo inicial de desocupação era dia 2, mas em negociação com a Prefeitura de Montes Claros, foi prorrogada até hoje. A responsável pela casa alega que é inventariante e os herdeiros decidiram pedir a casa. São aproximadamente 80 indígenas venezuelanos que estão com o problema. Existem as opções de aloja-los na área da antiga Fazendinha do Menor, que foi doada ao Instituto de Ciências Agrárias ou no Ginásio Ana Lopes, que fica dentro da área do Parque Municipal. Outra opção é usar o Abrigo Amor e Vida, no bairro Santo Inácio.

O Centro Regional de Direitos Humanos do Norte de Minas explica que diante da exigência de desocupação da casa, estão sendo buscadas opções. Porém, a queixa é que a Prefeitura de Montes Claros ofereceu a opção de tratar os venezuelanos como moradores em situação de rua, com eles podendo usar o Centro Pop para tomar banho, se alimentar e receber roupas; ou então ficarem no Abrigo Municipal. A proposta foi considerada absurda, pois estariam agredindo as tradições desses indígenas, que tem hábitos diferenciados, pois não comem feijão e tem como hábitos alimentares, comerem carne branca, como peixe e ainda mandioca. Na reunião de quarta-feira o assunto foi discutido de forma mais contundente.

A Arquidiocese e a Cáritas de Montes Claros lançaram a Campanha de Acolhimento aos Indígenas Venezuelanos que chegaram a Montes Claros, fugindo da crise vivida naquele país. O pedido é da doação de alimentos ou produtos alimentares típicos da cultura indígena ou então a doação financeira. O arcebispo metropolitano dom João Justino Medeiros, alega que “desde o início de novembro, os montes-clarenses observam a presença de alguns jovens casais com crianças ao colo pedindo esmolas em cruzamentos no centro da cidade. Alguns trazem cartazes se identificando como venezuelanos. Pedem dinheiro para sobreviver. Quem são esses venezuelanos que estão aqui? Como chegaram? O que estão buscando? Podemos fazer algo em favor deles? Essas e outras perguntas surgem, sobretudo, no coração das pessoas mais sensíveis aos pobres e marginalizados”.

Informa que “esses venezuelanos que aqui chegaram são indígenas da etnia Warao. Viviam, originalmente, no delta do Rio Orinoco, na Venezuela. Grandes obras naquela região, há 40 anos, resultaram na dispersão de um povo que vivia especialmente da pesca e do cultivo de algumas espécies. Começaram, então, a migrar dentro do próprio território da Venezuela em busca de novos lugares para se fixarem. Com a grave crise que se abateu nos últimos anos naquele país, os Warao cruzaram fronteiras. No Brasil entraram pelo município de Pacaraima, no estado de Roraima. Iniciaram uma verdadeira aventura à procura de um lugar para viver. O grupo que chegou a Montes Claros já passou por estados das regiões Norte e Nordeste. Os Warao têm uma língua própria. Poucos entre eles falam o espanhol. Os laços familiares são fortes e eles viajam em grupos maiores como uma grande família”, comenta dom João Justino.

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