Com a detecção da circulação dos sorotipos 1 e 2 da dengue nos municípios de Bocaiúva, Engenheiro Navarro e Joaquim Felício, além da confirmação de um óbito ocorrido neste ano ocasionado por dengue, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) está reforçando junto aos 54 municípios da sua área de atuação a necessidade de intensificação das ações de enfrentamento às arboviroses (dengue, febre chikungunya e zika vírus). O repasse de orientações sobre a necessidade de ampliação dos atendimentos da população nas unidades de saúde e coleta de amostras para análise laboratorial visando a identificação dos sorotipos circulantes na região, leva em conta que entre os dias 15 e 26 deste mês houve aumento de 167,9% dos casos notificados de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Norte de Minas.
O Boletim Epidemiológico divulgado na segunda-feira (26), pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) aponta 11.464 casos notificados de dengue nos 54 municípios que integram a área de atuação da SRS de Montes Claros, um aumento de 169,31% em relação ao numero de casos registrados até o dia 15 deste mês.
Em relação à febre chikungunya foram notificados 325 casos no boletim contra os 252 casos registrados no boletim anterior.
Já o percentual de casos prováveis de zika vírus registrados foram de 13 ante os seis casos prováveis notificados até o dia 15 de fevereiro.
De acordo com o Portal da Vigilância das Arboviroses, mantido pela SES-MG, na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros há 1.818 casos confirmados de dengue; 33 da febre chikungunya e um caso de zika vírus. Um óbito causado por dengue foi confirmado no município de Bocaiuva e cinco estão sendo investigados por meio de análise de amostras no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed).
“Os percentuais de aumento de casos prováveis das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é preocupante visto que ainda estamos no início do ano, com alternância de períodos de chuva e dias de temperaturas altas. Isso propicia ambiente favorável à proliferação do Aedes aegypti e, por isso, os municípios precisam intensificar as ações de mobilização da população para a eliminação de focos”, reforça Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) na SRS de Montes Claros.
Ela esclarece ainda que “a circulação do sorotipo 2 da dengue preocupa porque cada vez que uma pessoa entra em contato com um vírus diferente daquele que causou a primeira infecção, o paciente terá tendência a desenvolver uma doença mais grave, com isso potencializando o risco de óbito”.
Assistência médica
Além do reforço das ações de vigilância epidemiológica e de saúde, durante reuniões da Comissão Intergestores Bipartite do Sistema Único de Saúde (CIB-SUS) que estão sendo realizadas nesta segunda quinzena de fevereiro, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros está reforçando o repasse de orientações aos gestores quanto à necessidade de melhorar e ampliar o acesso da população aos serviços de saúde. O objetivo é atender, o mais precocemente possível, as pessoas com suspeita de terem contraído alguma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
“A atuação integrada dos serviços de atenção primária à saúde com os profissionais da vigilância epidemiológica, atenção especializada, urgência e emergência e de atenção hospitalar é de fundamental importância para garantir aos pacientes o acesso oportuno a exames e atendimento clínico adequado. Isso evitará que as pessoas evoluam para situações de saúde mais graves e haja redução da possibilidade de óbito”, alerta o coordenador de atenção à saúde, João Alves Pereira.
Entre as orientações repassadas aos gestores estão: ampliação do horário de atendimento nas unidades de saúde, inclusive nos finais de semana; assegurar equipe mínima de assistência à população, compatível com a necessidade local; organização das agendas dos profissionais para as demandas programadas e espontâneas e garantir atendimentos aos casos suspeitos de arboviroses durante todo o horário de funcionamento das unidades de atenção primária à saúde; sinalização do ambiente interno da unidade, direcionando visualmente os fluxos de atendimento; colocar em prática o acolhimento de pacientes com classificação de risco e priorização das situações mais graves e ofertar hidratação oral na sala de espera aos pacientes com suspeita de arboviroses. (Com informações de Pedro Ricardo/ SES-MG)
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