GIRLENO ALENCAR
A Câmara de Montes Claros promoveu, na quarta-feira (27), uma audiência pública para discutir sobre a construção do complexo de extração de minério de ferro que será implantado em Grão Mogol. A audiência teve o intuito de mostrar os possíveis impactos ambientais causados pelo empreendimento e alternativas para que a mineradora possa ser implantada com segurança. Para a vereadora Iara Pimentel (PT), proponente da reunião, é preciso entender como será o projeto que terá duas barragens de rejeito. “Esse tipo de empreendimento traz impactos ambientais irreversíveis e leva prejuízo para o povo que vive nessas regiões – estamos falando de duas barragens que serão maiores que as de Brumadinho e Mariana”, pontua a parlamentar.
A deputada estadual Leninha (PT) se mostrou contrária à criação das barragens. Para ela, não há desenvolvimento se vidas são colocadas em perigo. “Durante dez anos esse projeto ficou parado e de lá pra cá, estão tentando implantar. Entretanto, nada mudou nesse período, pelo contrário, estamos cada vez mais sem água – estão querendo construir barragem no semiárido, isso não existe”, enfatizou a deputada. De acordo com o representante do Partido Unidade Popular e membro da Comissão de Mineração em Minas Gerais, Renato Amaral, é preciso haver discussões para gerar emprego e que mineradoras não são a solução.
A defensora pública, Ana Cláudia Alexandre, pontuou que o projeto visa apenas o benefício econômico, sem pensar nos impactos que isso causará na vida dos ‘geraizeiro’ e no meio ambiente. O Norte de Minas Gerais vai abrigar um complexo de extração de minério de ferro a partir do recebimento de investimentos de capital estrangeiro, através da empresa Sul-Americana de Metais (SAM). O projeto, chamado Bloco 08, irá abranger os municípios de Grão Mogol, Padre Carvalho, Fruta de Leite e Josenópolis, e é formado por um complexo minerário para extração e tratamento de minério de ferro, e uma barragem de água para atendimento à mineradora e às comunidades locais. O Bloco 8 pretende tornar viável a extração e a transformação de minério de ferro de baixo teor, em um produto de alta qualidade para comercialização. O investimento previsto é de R$ 11 bilhões, com geração de cerca de seis mil empregos durante o pico das obras, e mais de mil durante a operação da empresa.
O deputado estadual Arlen Santiago (PTB) que também participou da audiência defendeu a implantação do projeto como redenção da região beneficiada. “Já participei de pelo menos 15 discussões sobre esse assunto. É um projeto pensado em ambas as partes: meio ambiente e população. Além da geração de emprego, a empresa vai fazer um projeto para armazenar água, em que 50% será para as barragens e o restante para população – sem esse projeto, a água iria embora. Eles também devem fazer mil hectares de irrigação para os agricultores”, destacou Santiago.
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