Atleta do Amapá ganha 17º ouro do Brasil em Kobe e país bate recorde de vitórias em Mundiais - Rede Gazeta de Comunicação

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Atleta do Amapá ganha 17º ouro do Brasil em Kobe e país bate recorde de vitórias em Mundiais

A atleta amapaense Wanna Brito conquistou na manhã desta quarta-feira (do Brasil), 22, a 17ª medalha de ouro do Brasil no Mundial de atletismo em Kobe, no Japão, marca que fez o país bater seu recorde de pódios dourados na história da competição. Ela venceu a prova do arremesso de peso F32 (paralisados cerebrais).

O maranhense Bartolomeu Chaves, nos 400m T37 (paralisados cerebrais), e a paraense Fernanda Yara, nos 400m T47 (amputados de braço) conquistaram os outros ouros brasileiros no dia, que ainda registrou as pratas do paraibano Ariosvaldo Fernandes, nos 100m T53 (que competem em cadeira de rodas), e da piauiense Antônia Keyla, nos 1.500m T20 (deficiência intelectual).

Com isso, a Seleção Brasileira de atletismo chega à marca de 17 ouros em Kobe e supera as 16 vitórias registradas em Lyon 2013, que até então era considerada a melhor campanha do país entre todas edições de Mundiais.

Esse é o segundo Mundial de atletismo seguido que o Brasil bate recorde de medalhas. Em Paris 2023, o país registrou o maior número de pódios da história,  com 47 no total e dois a mais do que a China.

Em Kobe, o Brasil também soma agora oito pratas e cinco bronzes, na segunda colocação do quadro geral de medalhas. A líder China continua na frente por ter um ouro a mais, além de 16 pratas e 14 bronzes.

Wanna Brito era a favorita da prova do arremesso de peso F32. Atual recordista mundial da disputa, com 7,85m, a atleta, que teve diagnosticada paralisia cerebral no momento do parto, venceu com a distância de 7,74m. 

Esse é o segundo ouro da amapaense na competição. Antes, havia sido campeã mundial no lançamento de club F32. Outra brasileira envolvida na final do arremesso de peso, a paulista Giovanna Boscolo terminou na quinta colocação, com 5,44m.

“Dever cumprido. Mas quero muito mais. Quero muito esse pódio nos Jogos de Paris, por isso, vou trabalhar muito para que isso aconteça. A primeira medalha eu ganhei para minha mãe, agora essa vai para o meu pai. O trabalho psicológico que fiz me ajudou muito, tem sido essencial tanto quanto a musculação ou a técnica. Tenho trabalhado muito isso”, afirmou Wanna.

Já a piauiense Antônia Keyla repetiu o feito de Paris 2023 e conquistou a medalha de prata nos 1.500m T20 nesta noite no Japão (manhã no Brasil). Completou a prova em 4min31s81, sua melhor marca na temporada. A polonesa Barbara Bieganowska-Zajac foi a vencedora, com 4min27s36, enquanto a húngara Ilona Biacsi finalizou em terceiro lugar, com 4min42s51.

“Veio outra prata, eu queria o ouro. Agora o ouro está entalado. Mas fico feliz em ter contribuído novamente com o Brasil no quadro de medalhas. Estou feliz por estar correndo de volta. Foram seis meses lutando contra lesões, é bem difícil o retorno, principalmente, mentalmente. Espero treinar mais e conseguir o primeiro lugar em Paris”, apontou.   

A terceira medalha da noite em Kobe foi do paraibano Ariosvaldo Fernandes, o Parré, que levou a prata nos 100m T53 (que competem em cadeira de rodas). O brasileiro, que havia sido medalhista de bronze em Paris 2023 na mesma prova, fez o tempo de 15s05 e ficou somente atrás do saudita Adbulrahman Alqurashi, com 14s87. O bronze foi do tunísio Mohamed Khelifi, que terminou em 15s23.

“Fiquei satisfeito com a prova. Tínhamos a meta de ao menos conseguir repetir a medalha que havíamos conquistado em Paris 2023. Novamente, sou vice-campeão mundial. Foi importante para definir os ajustes finais até os Jogos Paralímpicos”, disse.

Outros brasileiros em ação no dia, os paulistas Samuel Conceição e Daniel Martins conseguiram garantir suas vagas na final dos 400m T20 (deficiência intelectal), com os tempos de 48s72 e 48s74, respectivamente. A disputa pela medalha acontece às 6h10 (de Brasília) desta quinta-feira, 23.

A capixaba Lorraine Aguiar também colocou o Brasil em mais uma final na competição. Nas classificatórias dos 100m T12 (deficiência visual), ela fez a segunda melhor marca (12s57) geral, atrás somente da dominicana Darlenys Severino, que fez 12s51. A decisão será 5h32 (de Brasília) desta quinta-feira.

Na noite desta terça-feira (do Brasil), 21, Fernanda Yara foi ouro nos 400m T47 (para amputados de braço), com o tempo de 57s35, e o maranhense Bartolomeu Chaves encerrou no primeiro lugar nos 400m T37 (paralisados cerebrais), com 50s74.

O Mundial no Japão acontece no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do Mundial, que seria em 2021, devido à pandemia de coronavírus. Com isso, a cidade japonesa sediará o evento de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.