RICARDO SOARES
De acordo com o Programa Minas Consciente, de flexibilização do governo do estado, algumas regiões regrediram para onde amarela e até vermelha no plano de flexibilização devido o aumento no número de casos de Covid-19, entretanto, Montes Claros que não aderiu a esse programa. Segundo a secretária de Saúde do município, Dulce Pimenta, a cidade implementou o Plano Avança Montes Claros com Responsabilidade, no início da pandemia, cujas ações vem possibilitando manter índices epidemiológicos confortáveis.
De acordo com Dulce Pimenta, um diferencial em Montes Claros foi a criação do Comitê de enfrentamento, que na fase inicial trabalhava de segunda a segunda, muitas vezes até às 22 horas ou até a meia-noite para monitorar e direcionar as ações necessárias no combate da pandemia na cidade. Dulce lembra que o Ministério da Saúde se preocupou muito com falta de leitos e respiradores, tomando como base as dificuldades experimentadas pelos outros países com surto de Covid-19 e esqueceu-se da atenção primária brasileira que seria, segundo ela, a maior ferramenta de combate ao Covid-19 disponível no país, pois é capaz de monitorar os pacientes e a população, minimizar os efeitos da doença, atuar de forma preventiva a fim de diminuir seu avanço o que impactaria diretamente na atenção hospitalar com a redução das internações.
“O exemplo disso, foi a cidade de Montes Claros, que investiu seus esforços na atenção primária sem perder de vista a atenção hospitalar, o resultado foi que a atenção hospitalar da cidade nunca registrou na taxa de ocupação qualquer sinal de alerta. Essa estratégia adotada por Montes Claros mostra a importância da atenção primária no combate a esta pandemia”, complementa.
A secretária fez questão de enfatizar e agradecer a garra dos servidores municipais da saúde, tanto da atenção primária, quanto na rede especializada como também na hospitalar, que não mediram esforços para levar um serviço de qualidade à população, mesmo sabendo que estando na linha de frente corriam grande risco para si e para seus familiares. Destacou também do apoio que teve de grandes e pequenas empresas e empresários, dirigentes e voluntários de ONGs, associações, moradores em geral várias vezes se ofereceram para ajudar, seja para um transporte, seja para mobilização e trabalho de conscientização e até mesmo empréstimo ou doação de material.
Em tom de reflexão, lembrou-se da dificuldade que era pedir para a população não sair, não irem aos barzinhos, pois existe o livre arbítrio, “pois cada um tem seu direito de fazer suas escolhas e eu respeito isso, mas o momento foi e continua sendo diferente e eu tenho a obrigação de alertar sobre os riscos”.
Próximo de finalizar esta entrevista, Dulce Pimenta, voltou a emocionar e relatou algo da sua intimidade: “foi um ano angustiante e quando me deitava a noite eu rezava ao Bom Deus: Meu Deus me ilumine para que eu tome a decisão correta. Por isso hoje me dirijo a cada cidadão montes-clarense e do Brasil, deixo para vocês essas duas mensagens para este ano de 2021: Tenhamos esperança, tudo vai dar certo, e nós continuaremos firmes, juntos com vocês; e que neste novo ano possamos tirar algum aprendizado de tudo isso para melhoria de nossas vidas, que sejamos capazes de extrair coisas boas de 2020, nem que sejam lições
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