Após alguns anos trabalhando no plantio e colheita em propriedades da região de abrangência do Projeto Jaíba, Poliana Teixeira Soares conseguiu conquistar sua independência financeira e alçar novos voos profissionais investindo no seu próprio negócio rural. A pequena produtora da cidade de Matias Cardoso atua há quatro anos no plantio de pimenta, especialmente do tipo biquinho. Agora, com a chegada da assistência técnica e gerencial do Programa AgroNordeste, do Sistema Faemg, a maior parte da renda vem da especiaria produzida no quintal de casa.
“Comecei o plantio para conseguir independência financeira. Comecei com quantidade pequena, sempre da pimenta biquinho. No início perdi muitas plantações, que adoeciam e eu não sabia bem o que fazer para ajustar o plantio, não tinha essa ajuda técnica na propriedade. Agora, tiro minha renda da pimenta. Foi do plantio da pimenta que comprei minha casa e o meu carro próprio”, lembrou Poliana.
Através do ATeG, a produção passou de menos de 200 kg por mês para média acima de 800 kg, o que garante para a pequena produtora uma renda mensal entre R$ 2 mil a R$ 5 mil, e ainda gera trabalho para outras mulheres das comunidades Lagedinho e Linha do Campo. “Depois que a técnica chegou, consegui aumentar a produção e manter frequência do plantio. Antes a renda era pouca. Eu fico na linha de frente da produção, mas conto com a ajuda de cinco mulheres da região na hora da colheita e preparo, gerando serviço e desenvolvimento na comunidade”, comentou.
Para crescer e passar a viver da produção de pimentas, Poliana precisou ajustar a forma de trabalho e manejos, especialmente na adubação, como explica a técnica de campo responsável pelos atendimentos, Jaciara Soares Freitas. Ela fez um diagnóstico e encontrou como ponto comum este tipo de deficiência nas propriedades assistidas na região, que vive a expectativa de retomar a tradição histórica deste tipo de plantio.
“Neste primeiro ano foi possível diagnosticar e corrigir a questão da adubação. Os produtores faziam muitas compras de insumos, muitas das vezes do mesmo princípio ativo. Essa compra sem planejamento, aliado ao custo elevado, vinha prejudicando a atividade. Passamos a adotar, de forma intercalada, a adubação com algumas matérias orgânicas, como a torta de mamona e esterco, que tem nas propriedades. Registramos caso de um produtor que estava até insatisfeito com o segmento, mas que na safra passada conseguiu mais de 1 mil kg por mês na colheita só com uso do adubo orgânico”, lembrou a técnica.
Correção de rota em prol da agricultura
Estes ajustes também foram implantados por Carlos Alexandre Ribeiro dos Santos. Produtor rural com pequenos investimentos em várias áreas, ele encontrou na pimenta a alternativa mais concreta e segura após alguns meses de tentativas frustradas. “Quando comecei a plantar foi muito difícil. O primeiro ano, por exemplo, sem muito conhecimento, deu foi um prejuízo para mim. Não entendia bem como era adubar, usar defensivos etc. Normalmente a primeira produção vinha boa, mas os pés morriam rápido. Eu via que tinha potencial, mas faltavam ajustes de manejo para dar certo”, argumentou.
Com a chegada do ATeG, ele conseguiu aprimorar o trabalho técnico e ainda garantir conhecimento gerencial do negócio, que já registrou no seu histórico mais de 300 kg de pimenta produzida em uma única semana. “Depois do ATeG começou a dar tudo certo. A técnica fala, a gente sempre consulta ela antes de fazer as coisas. Eu não sabia acompanhar estoque, valorizar a produção. Hoje consigo produzir e estocar. O ATeG me ajudou a acompanhar melhor o mercado”, finalizou Carlos Alexandre.
Os próximos passos do trabalho de campo devem levar em consideração uma maior análise do solo dos produtores de pimenta, para evitar a deficiência de alguns nutrientes e equilibrar adubação. Para a técnica de campo Jaciara Soares, os produtores já criaram uma base importante de nova metodologia de trabalho. Com o mercado interno e externo voltando a demandar a produção da especiaria, ela acredita no crescimento da cadeia. “A expectativa é de manter ganhos, já que houve uma procura grande anos anteriores que deve retornar. Hoje conseguimos fazer com que estes produtores tenham maior valorização. Antes eram frutos miúdos e sem coloração. O ATeG contribuiu agregando valor para eles”.
“Tenho uma roça velha, mas que produz bem. Agora, com os ajustes na compra de insumos, reduzindo custos da produção, a expectativa é de dobrar a produção neste ano. Hoje, parte da minha produção é entregue para uma empresa que exporta para fora do país. E isso é gratificante, legal demais saber que tenho produto sendo consumido em outros países”, finalizou a produtora Poliana Teixeira. (RICARDO GUIMARÃES – Colaborador)
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