GIRLENO ALENCAR
Os produtores rurais de Lassance e Várzea da Palma, no Norte do estado, já estão colocando em prática uma nova mentalidade para atuação no campo. As cidades, vizinhas, recebem, pela primeira vez, os acompanhamentos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial – ATeG, do Sistema Faemg Senar, para a cadeia da bovinocultura de corte. O Sindicato dos Produtores Rurais de Pirapora é o parceiro da iniciativa na região.
Ainda nos primeiros meses de assistência, muitas orientações do técnico de campo já estão em andamento, visando, principalmente, a garantia de alimento para o gado e otimização de recursos. “Estamos na fase de implementação de novas tecnologias para otimizar as propriedades, fazendo correções de deficiências nas fazendas. Isso tudo visa oferecer ao produtor rural maior tranquilidade para que ele possa se desenvolver na atividade. Com essas ações mais assertivas, também vamos contribuir para que o produtor assistido possa buscar mais conhecimento e tecnologia”, explica o técnico de campo Fabrício Bernardino Afonso.
Entre as orientações nesta fase inicial, os produtores tiveram acesso a dicas para o aprimoramento de sistemas de irrigação das propriedades, produção de silagem e implementação de pastagens, ajuste de manejos, melhoramento genético e ajustes na nutrição do gado para melhor desenvolvimento dos animais.
Jonas Pereira de Magalhães Soares, de 26 anos, é um dos produtores no grupo de ATeG em Lassance. Ele assumiu a gestão da propriedade, que está há gerações na família, com o desafio de transformar e evoluir o negócio. O produtor, que cresceu vendo a lida do campo por meio do trabalho dos pais e avós, entende que é preciso mudar alguns conceitos para atingir novos objetivos.
“A grande dificuldade era que estávamos ainda atuando com conceitos mais antigos. A assistência técnica era o ponto de mudança que faltava para iniciarmos a evolução da propriedade. A região onde estamos é de difícil acesso, chegava pouca informação técnica. São teorias simples e pontuais, mas que fazem toda diferença nas orientações de plantio e colheita, manejos, ajustes de equipamentos, entre outros”, comemora Jonas.
O bovinocultor atua com aproximadamente 150 cabeças de gado e a proposta é chegar em 2023 com 300 animais, seguindo orientação técnica para garantir a manutenção da qualidade do negócio. “Foi preciso finalizar o plantio de milho, fazer silagem, reformar pastagens, pois eu ainda não tinha como atender essa capacidade de animais e não tinha como aumentar, até então. Resolvemos atacar em todos os lados, preparando a fazenda para dar lucro. Até então, sempre foi nos trancos e barrancos, essa será a primeira vez que vamos alcançar um patamar maior. Quando a gente começa a ver as coisas dando certo, fica diferente. Estamos com novos investimentos também em maquinário, estrutura e corpo de funcionários para atuar neste novo formato que a propriedade assume”, finaliza o pecuarista.
A introdução de mais tecnologia nas propriedades que atuam com corte em Lassance e Várzea da Palma cria um sentimento de crescimento regional da cadeia produtiva. Isso porque, mais animados com a atividade, os produtores rurais estão conectados, gerando troca de experiências entre os participantes do ATeG. Conceitos e novas técnicas são colocados lado a lado com quem já enfrenta os desafios da região há muitos anos.
“Criamos um grupo entre os produtores do Programa ATeG para troca de mensagens e experiências, para que essa nova cultura de lidar com o negócio se mantenha. Todos nós contribuímos um com o outro, informando e orientando, mostrando situações de sucesso e estratégias que precisamos ter na nossa região. Por aqui, para a região crescer, é importante este controle gerencial que o ATeG vem reforçar e que todos precisam praticar. O produtor que não tem essa administração vai só ‘tocando’ o negócio. A assistência técnica muda essa visão e facilita a tomada de decisões, porque estamos visualizando nosso rendimento com os números”, pontua o produtor Antônio Alves Ferreira, que atua com gado de corte desde o início dos anos 2000.
O corte é o carro-chefe da fazenda de Antônio, localizada em Várzea da Palma e que conta com 300 animais. Para ele, que tem grande vivência no segmento, a assistência tem ajudado a replanejar estratégias que possam ajudar a manter a qualidade do negócio. “Por mais que a gente estude, visite propriedades e aprenda, temos sempre o que melhorar, e isso estamos tendo com a ATeG. Aqui a seca é muito severa, sendo sempre um ponto de superação. Por exemplo, a braquiária [espécie de forrageira] seca e perde qualidade nutricional, então o produtor precisa saber suplementar a alimentação no cocho dos animais, para não perder qualidade no período de seca. Por isso precisamos produzir no verão os alimentos do ano todo, tem que ter o planejamento correto”, explica o produtor, revelando algumas estratégias de atuação que tem adotado.
A expectativa de produtores e do técnico de campo é que, ao final do ciclo de dois anos de ATeG, essa nova mentalidade traga resultados de médio e longo prazo. “Isso vai gerar resultados positivos, com maior controle do fluxo de receitas e despesas da propriedade, ensinando o grupo a melhor gerenciar o negócio. Por isso o programa traz bastante impacto para o desenvolvimento da região”, finaliza o técnico de campo Fabrício Afonso.
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