As cidades precisam se preparar para a crise climática (Parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação

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As cidades precisam se preparar para a crise climática (Parte 2)

JULIANA BALADELLI RIBEIRO

Especialista em Soluções baseadas na Natureza na Fundação Grupo Boticário

Muitas localidades já usam a força e a sabedoria da natureza a seu favor. Na cidade de Rio Cheonggyecheon, Coreia do Sul, em um curto espaço de tempo, o rio que cruza a área central foi revitalizado. Um projeto complexo foi necessário, com a implosão de um enorme viaduto de concreto e o estímulo ao uso do transporte público. Como recompensa, hoje o rio é habitado por peixes, possui cascatas e parques lineares em seu entorno e se transformou em novo ponto turístico.

No Brasil, Recife (PE) já está colocando em prática o projeto de revitalização do Rio Capibaribe, com planejamento urbano integrado a Soluções Baseadas na Natureza. O rio que divide a cidade, vai passar a ser ponto de encontro e orgulho para seus moradores. Em Curitiba (PR), o Rio Barigui apresenta diversos parques em suas margens, sendo o mais famoso – o Parque Barigui – criado na década de 1970 sob a justificativa de que seu lago servisse como bacia de contenção de cheias. Hoje é o parque mais amado da capital paranaense e uma avaliação de retorno de investimento, realizada pela prefeitura em parceria com a Fundação Grupo Boticário, identificou que a cada R$ 1 investido no local, retornam para a cidade R$ 12,50.

É preciso que as cidades façam as pazes com seus rios e reconheçam ali a grandiosidade da vida e enormes oportunidades de transformação social. Grandes metrópoles do mundo têm nos cursos d’água seu cartão postal, contando com a paisagem do entorno dos rios para gerar oportunidades de negócios, lazer, turismo e recreação para a população. Crises são oportunidades e a crise climática pode ser uma boa chance para que as áreas urbanas se reconciliem com seus recursos hídricos.