GIRLENO ALENCAR
O arcebispo metropolitano dom João Justino Medeiros fez sua última mensagem natalina aos fieis de Montes Claros e do Norte de Minas, ele que foi transferido para a Diocese de Goiânia, onde atuará como adjunto, a partir de fevereiro. Na sua mensagem, ele cita que “a liturgia da Igreja celebra o tempo do advento como preparação para a Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Nas quatro semanas que antecedem o Natal, a Igreja contempla e medita o mistério das duas vindas do Senhor: aquela futura, quando Ele voltará glorioso, e aquela do passado, quando nasceu, em Belém, o Menino Deus. Há, porém, uma terceira vinda, apontada pela própria liturgia, quando, no Missal Romano, encontra-se o prefácio “Cristo, Senhor e Juiz da História”, identificado como Prefácio do Advento I-A. Nele se reza assim: “Vós preferistes ocultar o dia e a hora em que Cristo, vosso Filho, Senhor e Juiz da História, aparecerá nas nuvens do céu, revestido de poder e majestade. Naquele tremendo e glorioso dia, passará o mundo presente e surgirá novo céu e nova terra. Agora e em todos os tempos, ele vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana, para que o acolhamos na fé e o testemunhemos na caridade, enquanto esperamos a feliz realização de seu Reino”.
Explica que “não escape aos nossos ouvidos, sobretudo ao coração, a afirmação de que agora e em todos os tempos Cristo vem ao nosso encontro, presente em cada pessoa humana. Por detrás dessas palavras ecoa boa parte dos ensinamentos de Jesus. Ele se faz presente no irmão que tem fome, naquele que tem sede, no outro que está nu, ou naquele que está enfermo ou na prisão, no estrangeiro… Quantas outras situações humanas poderiam ser lembradas aqui. Tomemos as situações vividas por Jesus. A viúva que chora a morte de seu único filho; o pai desesperado com a grave enfermidade de sua filha; a mulher que sofria de hemorragia há muitos anos; o jovem rico e inquieto; a mulher pega em flagrante adultério; as crianças que eram repelidas pelos discípulos; a sogra de Pedro, febril e acamada; Judas Iscariotes, discípulo e traidor; os fariseus e os mestres da Lei, sempre à procura de contradições no ensino de Jesus; os amigos de Betânia; os soldados e algozes que o prenderam e o torturaram; o governador Pôncio Pilatos, que o entregou para ser crucificado; Simão Cirineu, que o ajuda a carregar a cruz…”
“Neste Natal, relembremos as pessoas com as quais nos encontramos no dia a dia de nossas lidas, sejam os familiares, os vizinhos, os amigos, os colegas de trabalho, os que estão nas calçadas, os que nos prestam serviços, os que nos governam, aqueles que nos pedem auxílios, alguém que nos ofendeu ou nos irritou e tantos outros. Na fé compreendemos que, em cada um deles, Cristo vem ao nosso encontro. Mas, como vamos ao encontro deles? Conseguimos reconhecer neles a presença do Senhor? Que gestos demonstram esse reconhecimento?”
Por fim, afirma que “Reconhecer a presença de Cristo ao partir o pão, seja o eucarístico seja o alimento de cada dia, significa encontrá-lo na pessoa daquele que está diante de nós. Por isso, não há maior contradição do que meditar a Palavra e celebrar a eucaristia se em seguida viramos as costas aos que se aproximam de nós ou que estão no caminho por onde passamos. O apelo à conversão é constante, de toda hora e de cada situação. O discípulo de Jesus Cristo se deixa iluminar por sua Palavra e em cada circunstância procura agir como o Senhor agiria. Aí está a força transformadora e revolucionária da fé cristã. Não deixemos perder essa direção que nos aponta o Reino dos Céus: a fraternidade”.
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