Arcebispo faz alerta sobre Dia de Finados e dom da vida - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

Arcebispo faz alerta sobre Dia de Finados e dom da vida

GIRLENO ALENCAR

O arcebispo metropolitano Dom João Justino Medeiros, em artigo publicado no site da Arquidiocese, comunicou que mesmo com o Decreto Municipal tendo antecipado Feriado de Finados, a igreja manterá o feriado litúrgico. Ele adotou essa mesma postura quando foi cancelado o feriado da Sexta-Feira Santa. “A celebração do Dia de Finados é momento favorável que permite aos cristãos recordar os irmãos que nos precederam no caminho para a vida definitiva em Deus. Esse dia é propício para agradecermos ao Senhor o dom da vida e a história dos que faleceram, e todo bem que eles realizaram”. Explica que conforme a tradição e liturgia da Igreja, no dia 02 de novembro, a Arquidiocese de Montes Claros irá celebrar em suas paróquias e cidades o Dia dos Fiéis Defuntos. Está celebração carrega uma ritualidade cheia de significado e nos recorda que a nossa fé se fundamenta n’Aquele que morreu e está Vivo, Jesus Cristo, o Senhor”.

Diante da determinação do Decreto do Município de Montes Claros nº 4188, de 15 de março de 2021, que visando ampliar as medidas de distanciamento social necessárias à prevenção da COVID-19, antecipou no município, entre vários feriados, o do dia dos finados. Entretanto, a data litúrgica permanece e será celebrada, como de costume nas igrejas e cemitérios da cidade.

Sentido do Dia dos Finados | “O ser humano celebra ao longo do tempo os principais acontecimentos de sua existência”. As datas de aniversários são especiais: dia do nascimento, do batismo, do casamento, da formatura… Também recordamos o dia da morte das pessoas queridas. Nesse caso, recordamos a vida daquela pessoa, o significado dela para nós, o quanto ela nos marcou e nos deixou de saudade. É como se o calendário fosse um imenso corredor com 365 janelas.  Através de cada janela podemos contemplar diversos acontecimentos.

Naquela do dia 2 de novembro, contemplamos o mistério da morte e da esperança na ressurreição. O cristão vive desta fé: nascemos não para morrer, mas para ressuscitar. A vida, que se inicia com a fecundação e é gestada no útero materno, passa pelo útero da terra e desabrocha na imensidão do colo de Deus, capaz de acolher filhos e filhas amados e perdoados. É sabido que alguns receiam olhar por esta janela. Julgam-na muito triste, têm superstição e medo. Queira Deus, todos alcancemos a maturidade espiritual e a completude interior de Francisco de Assis. Ele estabeleceu uma relação de paz com a própria morte, ao tratá-la de “irmã”, no seu Cântico das Criaturas: “Louvado sejas, meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal, da qual homem algum pode escapar”.

Amadurecidos na fé, nós, os cristãos, abrimos esta janela do Dia de Finados com o coração aquecido pela palavra de Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá” (João 11,26). Com humildade, nesse dia, vamos ao cemitério onde foram “plantados” os irmãos e irmãs que passaram pela morte. Com reverência pela memória de cada um ali sepultado, fazemos nossas orações. “Recolhamo-nos no silêncio diante do mistério da vida e deste passo doloroso que toca a todos os seres vivos: a morte.”