Aprendendo com Ruy Castro - Rede Gazeta de Comunicação
Aprendendo com Ruy Castro

ISABEL LÔPO

Historiadora, atriz, cronista e acadêmica de jornalismo

Através da leitura diária do jornal Folha de São Paulo, descobri a oferta do curso “Os Três Graus das Escrita”, ministrado pelo jornalista e escritor Ruy Castro, e organizado pelo Instituto Estação das Letras (IEL). 

Batalhei tanto por minha vaga, que por um instante fiquei envergonhada por ter esquecido que era feriado no Rio de Janeiro e ter colocado os colegas no modo trabalho. Não podia perder essa oportunidade. Por ter sido prontamente e muito bem atendida, logo cessou a vergonha e outra sensação passou a dominar-me, senti aquela euforia de estudante que terá uma mágica experiência para contar em sala de aula (virtual) ao retornar das férias de verão. Vaga garantida, começou a luta pela documentação, pois docentes e discentes tinham direito a 30% de desconto sobre o valor da inscrição. De um salto e já com aparelho de celular em punho, entrei em contato com os servidores técnicos da academia que, solicitamente me ajudaram com a renovação de matrícula para o próximo semestre letivo. Em menos de vinte e quatro horas, já havia efetuado o pagamento e enviado os comprovantes. Tudo resolvido.

Foi uma verdadeira imersão. Na primeira aula a temática foi ficção. O jornalista que ali estava no posto de professor, discorreu sobre a produção de romances destacando que há aqueles que exigem pesquisa e os que se valem exclusivamente da imaginação do autor e ainda chamou a atenção para a importância do cenário, os cheiros, estilos, comidas, personagens secundários e tudo o mais que estiver envolvido na pesquisa e seu ponto de partida.

A segunda aula foi sobre a não ficção, os segredos da biografia, da reportagem e da reconstituição histórica. O Ruy é um exímio contador de histórias, responsável por biografias como a de Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmen Miranda, por recuperar episódios da bossa nova, do samba-canção e do Rio de Janeiro dos anos 20, nos contou um pouco de suas experiências, do hibridismo que há entre os gêneros da escrita e ressaltou a importância de fazer e como fazer uma boa entrevista.

Na terceira e última aula, aprendemos sobre a crônica, como “conversar” com o leitor, como descobrir assuntos e o que é ou não assunto de crônica. Estávamos todos, muito confortáveis, o Ruy já havia explicitado seu amor por esse gênero e obviamente, todos nós somos seus leitores assíduos.

Minha grande lição foi descobrir que o que faço aqui nesse espaço semanalmente, não está muito distante do que é a arte de escrever crônicas.

Por fim, o momento de abertura dos microfones para perguntas, comentários e socialização. Aproveitando meu momento e poder de fala, apresentei-me e fiz-lhe um pedido especial, quero que ele receba de minhas mãos o presente que vou levar-lhe. Trata-se da obra literária mais importante para a região do Norte Minas, “A Saga de Antônio Dó” do escritor Petrônio Braz. Não rendi assunto para não abusar do tempo, também disponível para os colegas, mas ao aceitar meu pedido, o jornalista Ruy Castro está realizando um sonho descrito na pauta de minha primeira reunião de trabalho. E por isso, precisei segurar minhas emoções, até perceber que os olhos de meus colegas também brilhavam. Muito obrigada Ruy.

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