Após um ano de pandemia, os sistemas de saúde ainda enfrentarão os piores testes nas próximas semanas (parte 2) - Rede Gazeta de Comunicação

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Após um ano de pandemia, os sistemas de saúde ainda enfrentarão os piores testes nas próximas semanas (parte 2)

MAURO CARDOSO

Médico epidemiologista e cientista de dados

Vacinação

O mundo já enfrentou outras pandemias e não é novidade a extrema importância da vacinação em massa como medida de prevenção, principalmente para quem já tem indicação. A imunização não é somente uma forma de proteção contra casos individuais de Covid-19, mas uma estratégia de controle das cadeias de transmissão da epidemia como um todo.

Em tempo, vale lembrar que é sim esperado que apareçam casos da doença entre as pessoas que já foram vacinadas. Porém, quem contrai a Covid-19 após a imunização tende a apresentar uma forma mais leve da doença, com menos chance de hospitalização e risco de óbito quase nulo. Além disso, os imunizados contribuem para a redução na taxa de transmissão da doença.

Recentemente alguns países europeus suspenderam por precaução o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca pela formação de coágulos em algumas pessoas. Apesar disso, vale ressaltar a segurança desta vacina: países europeus têm sistemas de vigilâncias de medicamentos muito rigorosos. O imunizante se mostrou seguro nos testes da fase 3 e as principais agências e instituições mundiais de saúde aprovaram sua utilização.

Durante a vigilância de eventos negativos em saúde continuada (fase 4) observou-se que, de 20 milhões de pessoas vacinadas na Europa, 37 tiveram casos reportados de coágulos, o que é um número bastante pequeno.

Diante dos números, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) recomendou a suspensão do uso, mas em entrevista coletiva na última quinta-feira (18/03), a diretora executiva da EMA, Emer Cooke, enfatizou que esta é uma vacina segura e eficaz, que seus benefícios em proteger as pessoas de mortes e hospitalizações causados pela Covid-19 superam os possíveis riscos e que ela não está associada a um aumento no risco geral de eventos tromboembólicos ou coágulos sanguíneos.

Mesmo se no futuro for confirmada alguma relação com esses eventos raros, é provável que seja de subgrupo, uma vez que os casos notificados foram quase todos em mulheres com menos de 55 anos. Ainda assim, como a Covid-19 pode ser muito grave e disseminada, os benefícios da vacina na prevenção superam bastante os riscos de efeitos colaterais.

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