Amams espera que Centro de Excelência do Semiárido proponha projetos de convivência com a seca    - Rede Gazeta de Comunicação

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Amams espera que Centro de Excelência do Semiárido proponha projetos de convivência com a seca   

A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (AMAMS) espera que o Centro de Excelência do Semiárido-Sertão, lançado na terça-feira 25/03, em Montes Claros pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), tenha como foco a proposta de projetos permanentes de convivência com a seca, na área mineira da Sudene. O presidente da Amams e prefeito de São João da Lagoa, Ronaldo Soares Mota Dias destaca que o drama da seca começou a ser debatida desde o Brasil império, mas com ações paliativas, que sustentam a “indústria da seca”, quando são necessárias medidas permanentes.

Por isto, a Amams, que compõe o Conselho Universitário da Unimontes, apoia a proposta do Centro de Excelência do semiárido, desde que apresente projetos com resultados práticos, onde as instituições de pesquisa e ensino superior apresente propostas para minimizar os impactos deste fenômeno climático, que ocorre todos anos, de agosto a novembro, no Norte de Minas. O secretário executivo e ex-prefeito de Padre Carvalho, José Nilson Bispo de Sá, o “Nilsinho”, lembra que em 2021 a Amams propôs ao governo federal o projeto “Um Milhão de Barraginhas” para ser executado em 10 anos, com 100 mil barraginhas por ano, como forma de reter as águas das chuvas, infiltrando a água e recuperando o lençol freático. O projeto recebeu emenda de R$ 30 milhões, enviados através da Codevasf, mas ainda não começou a ser executado. 

O presidente da Amams, Ronaldo Soares Mota Dias, ressalta que existem possibilidades tecnológicas de conviver com a escassez hídrica, como ocorre em Israel e na China, desde que haja vontade política e projetos. Ele lembra que desde o final o ano passado a Amams está fazendo um teste com uma tecnologia criada em Israel, de produzir Água através do ar captado na atmosfera. A máquina é de origem chinesa O centro de excelência pode certificar esta tecnologia e se possível viabilizar a produção desta máquina, reduzindo os custos e a viabilizando financeiramente, para acesso das famílias que no período da seca ficam dependendo de caminhões pipas para consumo humano. 

Com um investimento de R$ 20 milhões da Fapemig ao longo de cinco anos, o Centro Sertão tem o objetivo de desenvolver soluções científicas e tecnológicas para mitigar os impactos das mudanças climáticas, combater processos de desertificação e promover o desenvolvimento sustentável no Norte de Minas.

Para isso, o Centro atuará em áreas estratégicas como Agroeconomia, Bioeconomia, Biotecnologia e Biodiversidade, além de tecnologias emergentes, como Inteligência Artificial (IA) e Internet das Coisas (IoT). A proposta do Sertão foi formalizada em março de 2024, durante visita do presidente da Fapemig à Unimontes.

A atuação do Centro Sertão será essencial para monitorar e desenvolver estratégias sustentáveis na região do semiárido mineiro, que engloba 209 municípios, conforme levantamento da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). Com um ecossistema marcado pela riqueza cultural e agrícola, mas também por desafios socioeconômicos, o Centro buscará integrar diferentes setores da sociedade, incluindo prefeituras, empresas e organizações não governamentais.