Alta de combustíveis eleva inflação em Montes Claros - Rede Gazeta de Comunicação

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Alta de combustíveis eleva inflação em Montes Claros

GIRLENO ALENCAR

A alta do álcool, gasolina, diesel e o botijão de gás provocou o aumento da inflação em Montes Claros, no mês de março. Curiosamente, sem grande influência dos itens do grupo “alimentação”, como tem sido comum especialmente neste período de pandemia pelo novo coronavírus. É o que revela os dados do Índice de Preços ao Consumidor, divulgados nesta semana pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (IPC/Unimontes). Motivado pelo reajuste de preços de itens como álcool, gasolina, diesel e o botijão de gás, o percentual do terceiro mês do ano chegou a 0,75%, contra 0,49% registrado em fevereiro e 0,61% em janeiro. Já o acumulado de 2021 é de 1,85%.

Os vilões, os combustíveis acumularam sucessivas altas em março nos preços do litro: etanol (12,82%), gasolina (9,93%) e óleo diesel (8,96%). Já o botijão do gás de cozinha, relacionado como item do grupo “habitação” conforme o IPC, teve aumento de 8,23% ao longo do mês. E na contramão, os alimentos apresentaram quedas nos custos, especialmente em produtos mais populares como cenoura (-8,25%), banana (-7,03%), batata (-4,19%), tomate (-3,77%), leite (-1,69%) e o arroz (-2,95%), este último que foi o de maior peso no bolso do consumidor em 2020. A alta do feijão foi relativamente baixa: + 2,94%.

A queda no custo dos alimentos é registrada, ainda, na avaliação do custo da cesta básica de março. Além da redução de preço de alguns produtos populares citados acima, a carne bovina, farinha, café e pão de sal se mantiveram estáveis. E pelo segundo mês consecutivo em 2021, o índice dos 13 itens essenciais foi negativo: – 0,96%. Em fevereiro, a redução foi ainda maior: – 1,06%. A redução no custo dos alimentos havia sido projetada pela coordenadora do IPC/Unimontes, professora Vânia Vilas Bôas Vieira Lopes, que adiantou a possibilidade de estabilização ou mesmo queda de preços, diante da influência da colheita das safras – e com reflexo direto na maior oferta ao mercado consumidor. Numa análise particular sobre o comportamento do mercado em relação à cesta básica, ela faz uma observação. “Embora haja uma queda, os preços ainda não chegaram ao patamar do ano anterior e, por isso, os custos menores não são tão perceptíveis para o bolso do trabalhador mais humilde, que tem a renda de um salário mínimo”, acrescenta.