ALMG quer esclarecimentos sobre paralisação de projetos - Rede Gazeta de Comunicação
ALMG quer esclarecimentos sobre paralisação de projetos

A Assembleia Legislativa realizou ontem a tarde a discussão sobre a paralisação dos repasses financeiros para o Veredas Sol e Lares, projeto de geração de energia desenvolvido pela Cemig. A Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais se reuniu, atendendo à solicitação da deputada Beatriz Cerqueira (PT). O Veredas Sol e Lares tem como objetivo construir uma usina híbrida, com instalação de 7 mil placas fotovoltaicas no reservatório da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Santa Marta, em Grão Mogol. Quando ficar pronta, a estrutura atenderá a mais de 1.250 famílias do município, com desconto na tarifa de energia. De forma indireta, a usina beneficiará outras 9 mil famílias de 21 municípios próximos do reservatório, situados nas bacias dos Rios Jequitinhonha e Pardo.

De acordo com o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Cemig não faz nenhum repasse financeiro para o projeto há cerca de dois anos. A Associação Estadual de Defesa Ambiental e Social (Aedas) é a entidade responsável pela efetivação do projeto. A falta de recursos, afirma o site do MAB, tem causado forte impacto no Veredas, provocando o afastamento da equipe que atua no projeto, com a consequente perda de conhecimento acumulado. Outros problemas apontados são: o gasto maior de recursos públicos, a falta de acesso ao desconto na conta de energia, a limitação na participação popular no processo e a redução do diálogo com a Cemig. Em relação aos equipamentos para a construção da usina, o MAB afirma que eles já teriam sido comprados pela Cemig, mas faltariam os recursos para as obras e a liberação para as famílias do acesso à área.

Em virtude dessas questões, o Movimentos dos Atingidos por Barragens vem realizando protestos contra o descaso da Cemig. Em janeiro deste ano, as manifestações ocorreram em frente às sedes regionais da concessionária em Almenara, Araçuaí, Minas Novas, todas no Vale do Jequitinhonha, além de Salinas e Montes Claros, no Norte de Minas. O Veredas Sol e Lares é um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D), no qual a Cemig teria investido aproximadamente R$ 24 milhões. Também participam a Efficientia e a Axxiom (empresas da Cemig), a PUC Minas e a Aedas. O projeto integra o Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, realizado em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), aprovado em 2018 através de edital de 2017.

O projeto é visto como uma alternativa para o múltiplo aproveitamento energético em reservatórios de usinas hidrelétricas no semiárido mineiro. A cidade de Grão Mogol foi escolhida por ser uma das que têm maior incidência solar no Brasil e por apresentar baixo índice de desenvolvimento humano (IDH). Por tudo isso, o Veredas utiliza metodologias de participação social em P&Ds, colocando a população beneficiada como o centro do planejamento e das pesquisas. (Portal ALMG)

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