Agro revela as marcas do governo federal nos últimos 40 anos - Rede Gazeta de Comunicação

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Agro revela as marcas do governo federal nos últimos 40 anos

O agro brasileiro, ao longo das últimas décadas, solidificou-se como uma força motriz da economia nacional, contribuindo significativamente para o crescimento do país. No entanto, a relação entre o agro e o governo muitas vezes foi marcada por tensões e discordâncias, especialmente quando se trata das políticas adotadas pelos diferentes líderes políticos. Neste contexto, a análise do impacto das ações dos governantes torna-se crucial para compreender as dinâmicas desse setor vital. Durante os últimos 40 anos, o Brasil testemunhou uma série de presidentes, cada um deixando sua marca no cenário agrícola nacional.

Relembre brevemente esses 40 anos

José Sarney: Sarney foi o primeiro presidente civil após o período da Ditadura Militar no Brasil. Durante seu governo, uma das principais realizações foi a elaboração de uma nova Constituição em 1987. No entanto, enfrentou desafios significativos, como a forte oposição de grupos econômicos interessados em barrar certas propostas, como a reforma agrária.

Fernando Collor de Mello: O governo Collor foi marcado por medidas econômicas controversas, incluindo o confisco de poupanças dos brasileiros, conhecido como Plano Collor. Ele enfrentou um processo de impeachment em 1992 por acusações de corrupção, renunciando antes de ser condenado pelo Senado. Durante seu governo, ocorreu um período de transição no cenário agrícola brasileiro, com mudanças que posteriormente se consolidariam nos governos subsequentes.

Itamar Franco: Itamar assumiu a presidência após o impeachment de Fernando Collor. Seu governo foi marcado por mudanças significativas no cenário agrícola brasileiro, com uma diminuição nos dispêndios do orçamento para a função agrícola, mas um aumento notável no destaque do agronegócio brasileiro.

Fernando Henrique Cardoso: FHC foi o primeiro presidente a ser eleito para dois mandatos consecutivos desde a redemocratização. Durante sua gestão, houve uma série de reformas econômicas, incluindo a adoção do Plano Real, que estabilizou a economia brasileira. No campo agrícola, o país experimentou um forte crescimento do agronegócio. Luiz Inácio Lula da Silva: Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que ocupou a presidência de 2003 a 2011 e depois retornou ao poder em 2023 foram anunciados recursos substanciais para o Plano Safra, tanto para médios e grandes produtores quanto para agricultura familiar. No entanto, uma parte relativamente pequena desses recursos foi destinada a juros subsidiados, especialmente para a agricultura familiar e de baixo carbono. Apesar do apoio governamental, houve um debate sobre a real disponibilidade de subsídios para essa matriz tão importante, com alguns argumentando que o agronegócio brasileiro hoje sustenta a economia por conta própria, sem depender de subsídios estatais. 

Dilma Rousseff: Dilma foi a primeira mulher a ocupar a presidência do Brasil. Seu governo enfrentou desafios econômicos, incluindo uma recessão e uma crise política. Ela implementou políticas voltadas para a agricultura, como a demarcação de terras indígenas e a reforma agrária. Michel Temer: Temer assumiu a presidência após o impeachment de Dilma Rousseff. Seu governo foi marcado por medidas para enfrentar a crise econômica e pela aprovação de reformas controversas. No campo agrícola, ele lançou planos para diminuir a burocracia e sancionou leis para renegociar dívidas de produtores atingidos pela seca.

Jair Bolsonaro: Bolsonaro é um político de direita que assumiu a presidência com uma plataforma conservadora. Seu governo foi marcado por políticas que incluíam questões ambientais e agrícolas, como o relaxamento das regulamentações ambientais e o apoio aos interesses dos ruralistas.

Em suma, os desafios enfrentados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao agronegócio evidenciam as complexidades das relações entre política e setores econômicos. As divergências ideológicas, políticas e estratégicas entre o governo e os representantes do agro levaram a um cenário de tensões e desconfianças mútuas, dificultando a construção de uma relação de colaboração e diálogo. A falta de consenso em questões como invasões de terras, declarações polêmicas e alinhamentos políticos evidenciam a necessidade de um maior esforço de conciliação e entendimento mútuo para promover o desenvolvimento sustentável e equilibrado do setor agrícola no Brasil. (Portal Compre Rural).