O fenômeno climático El Niño, que esteve ativo de junho de 2023 até abril de 2024, trouxe consigo um aumento significativo das áreas de seca e das temperaturas globais. Com o Oceano Pacífico agora em uma fase de neutralidade, especialistas da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) projetam que o La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico, deve se estabelecer entre setembro e novembro de 2024, persistindo até janeiro ou março de 2025. Embora a intensidade do La Niña seja prevista como fraca, o fenômeno pode oferecer algum alívio para regiões afetadas pelo calor extremo e pela seca.
Historicamente, o El Niño se caracteriza pelo aquecimento anômalo das águas do Pacífico equatorial e ocorre em intervalos de cinco a sete anos, com duração média de um a um ano e meio. O fenômeno recente provocou um agravamento das secas na Região Norte, que passou de condições fracas a extremas, e impactou a Região Sul, onde as áreas com seca moderada a extrema foram gradualmente reduzidas.
Além disso, o El Niño contribuiu para desastres naturais, como as inundações de grande magnitude que ocorreram em maio, resultando no maior desastre já registrado no Rio Grande do Sul.
Com a previsão de La Niña, há boas perspectivas para o Sudeste do Brasil, que pode receber chuvas dentro ou acima da média, especialmente de Mato Grosso para baixo. O fenômeno também pode beneficiar o planejamento das safras 2024/2025 e ajudar a economia pesqueira, já que as águas frias atraem nutrientes e a fauna marinha.
No entanto, é importante ressaltar que, durante a La Niña, o padrão de chuvas tende a mudar, com aumento na precipitação nas regiões Norte e Nordeste e diminuição no Sul, além de riscos de períodos frios no Sudeste e Centro-Oeste. A meteorologista Patrícia Cassoli, da Climatempo, ressalta que essas mudanças podem influenciar significativamente a dinâmica climática do Brasil nos próximos meses, exigindo atenção e preparação da população.
La Niña 2024: Fenômeno Inédito Promete Alterações Climáticas
O fenômeno climático La Niña de 2024 deve apresentar características únicas, com duração curta e intensidade fraca a moderada, segundo o coordenador do Cemaden, Marcelo Seluchi. Ele destaca que, embora exista 75% de chance de ocorrência entre outubro e dezembro, este La Niña não será dominante, devido às temperaturas oceânicas que estão acima do normal. Seluchi também menciona que o fenômeno não deve se estender além do próximo verão, já que a expectativa é de retorno à normalidade climática entre março e maio de 2025. A estação das chuvas no Centro-Oeste e Sudeste, que já vem atrasando nas últimas décadas, deve continuar essa tendência, refletindo um padrão preocupante de redução nas precipitações. As projeções indicam que, apesar do La Niña oferecer um alívio para algumas regiões, os efeitos do aquecimento global continuarão a ser significativos.
Compartilhe isso:
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no WhatsApp(abre em nova janela)