ANGELA CRISTINA KOCHINSKI TRIPOLI
Coordenadora dos cursos de Comércio Exterior e Gestão Global Trading: Negócios, Logística e Finanças Globais da Escola de Gestão, Comunicação e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter
Hoje é quase impossível imaginar como o Brasil fazia as exportações há um século, sem nenhum tipo de tecnologia, com a economia primária preponderando nas negociações internacionais, iniciando com o Pau Brasil extraído para as colônias portuguesas, passando pelo ouro e cana de açúcar e tendo como último grande ciclo o café, que se tornou o principal produto negociado pelo Brasil entre os anos de 1800 a 1930, constituindo o setor mais dinâmico da economia.
No final da década de 20, os produtores de café sofreram um grande golpe econômico devido à quebra da bolsa de Nova Iorque, o que ocasionou uma crise pelo mundo, impactando consideravelmente a economia nacional. Isso porque na época houve uma grande expansão das lavouras de café, uma oferta superior à demanda internacional que fez com que o governo optasse pela destruição de milhões de sacas, comprometendo o comércio exterior brasileiro.
Atualmente, o comércio internacional enfrenta novos desafios como a atualização constante dos processos logísticos, os controles aduaneiros e a formação de novos acordos e blocos econômicos, redefinição de regras tarifárias, pois vivemos um momento de queda de fronteiras físicas, econômicas e legais para o comércio internacional. Em contrapartida, uma crescente tensão entre países em um contexto global. Tomemos como exemplo as disputas do Mercado Comum Europeu e Inglaterra – Brexit, China e Estados Unidos, resultando em novas barreiras comerciais, bem como inéditos acordos laterais, bilaterais e multilaterais, que as empresas precisam considerar em seus processos de tomada de decisão, visto que decorrerão importantes impactos logísticos, financeiros e processuais de abastecimento das cadeias de valores de seus negócios.
Em pleno ano de pandemia de Covid-19 no mundo todo, o comércio exterior não parou, de acordo com o Ministério da Economia, o Brasil movimentou no ano de 2020, US$ 209,921 bilhões em exportações e US$ 158,926 bilhões em importações, a balança comercial brasileira teve superávit de US$ 50,9 bilhões. Um número maior que em 2019, em que o superávit foi de US$ 48 bilhões. O saldo é positivo, visto que o país exportou mais do que importou.
Essa movimentação financeira, tanto em exportação quanto em importação, só foi possível devido às habilidades e competências do profissional de Comércio Exterior, responsável por realizar negociações com visão estratégica de negócios internacionais, capazes de identificar possibilidades, de alavancar processos de internacionalização de empresas, de otimizar processos logísticos de importação e exportação, além de auxiliar empresas na busca por fontes de financiamento e seguros aos negócios globais com a finalidade de facilitar transações de bens e serviços entre mercados e países. Nessa condição, exercem cargos ou postos como: Analista de Importação, Analista de Exportação, Agente de Cargas, Despachante Aduaneiro, Consultor em Comércio Exterior, Perito Judicial em Despacho Aduaneiro, Trader, Analista Cambial, Assessor Tributário Aduaneiro, Professor da área, dentre outras atividades, é fator indispensável, pois sem as práticas aduaneiras executadas conforme as regras e imposições da Legislação Brasileira, bem como sob as condições de tratativas internacionais, não se executariam negócios internacionais.
A atuação desses profissionais contribui ainda, de forma direta ou indireta, para planejar, executar, controlar e avaliar recursos, processos e atividades da organização, visando a redução dos custos, a ampliação das receitas, o aumento da produtividade, a melhoria da qualidade e a melhor aplicação dos resultados, pois as novas práticas internacionais de negociação advindas da era digital têm apresentado demandas e exigências relacionadas ao momento contemporâneo, às novas formas de negociar e de implementar contratos internacionais para execuções de projetos a curto ou a longo prazo, em pequenas, médias ou grandes empresas mundo afora.
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