A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e a influência nas PMEs (parte 3) - Rede Gazeta de Comunicação

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A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e a influência nas PMEs (parte 3)

ANDREA MOTTOLA

Advogada especialista em Direito do consumidor e Direito Digital

Todos os funcionários precisam ser orientados a alterar periodicamente suas senhas. No mínimo devem ser trocadas anualmente e com caracteres alfanuméricos, e não tenham correlação com datas de nascimento, placas de carros ou algo semelhante, que podem ser facilmente identificados e o sigilo facilmente quebrado.

O fato é que profissionais da área do Direito poderão auxiliar essas empresas, criando e estabelecendo políticas de segurança adaptadas às PMEs, além dos códigos de ética para os Recursos Humanos. Todas essas medidas vão ajudar muito a mudança na cultura da segurança da informação.

Quando entendermos que as informações que nos chegam são importantes e caso sejam usadas indevidamente podem prejudicar o seu titular, a atenção no cuidado será redobrada. Esse novo comportamento ao longo do tempo trará inúmeros benefícios para que a segurança e a privacidade das informações se tornem uma realidade. 

Para levar a cabo esse objetivo, algumas medidas são simples, outras um pouco mais complexas, mas há possibilidade que sejam implementadas pelas pequenas e médias empresas sem grandes esforços. Para tanto, basta que elas busquem a devida orientação com bons profissionais. As firmas de menor porte devem procurar medidas simples e de acordo com sua realidade.

Ainda que a empresa não tenha dados em nuvem, em bancos de dados virtuais e sua realidade seja mais ligada a documentos e arquivos físicos é possível e muito importante que esta documentação esteja protegida. A LGPD não se atém a dados que estejam virtualizados em nuvem, mas os dados físicos têm igual proteção pela lei. A segurança de arquivos, a classificação de funcionários para utilização dos dados e outras medidas são importantes para esse tipo de empresa também se ajustar à nova norma jurídica.

O que perceberemos nos próximos meses é que esse impacto inicial causará dúvida, desconforto e uma série de questionamentos, porém é importante, porque vivemos num mundo cada vez mais conectado, onde as informações têm um valor precioso. Precisamos entender ainda que nós somos os verdadeiros titulares de nossos dados. Então quem manipula esses dados, ou os trata de alguma maneira, realmente precisam ter os devidos cuidados para que eles não caiam em mãos erradas. Assim, se evitam golpes e os crimes vistos atualmente.

Hoje, vivemos também numa pandemia de crimes e golpes cibernéticos. A única solução é uma real atenção à segurança dos dados. Isso passa pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais e também pela mudança de cultura das pequenas e médias empresas no Brasil. Trata-se de uma mudança necessária e que fará muita diferença nos próximos anos.