A essencialidade da contabilidade - Rede Gazeta de Comunicação

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A essencialidade da contabilidade

JARBAS OLIVEIRA

Membro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas, da Academia Montes-clarense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros

Meus amigos, meus caros leitores, em meio às dificuldades em que estamos vivendo, cada um de nós tem seus problemas a serem resolvidos. Uns com maior dificuldade, outros nem tanto. A minha profissão, ainda atuante no alto de meus setenta anos, exige uma atualização diária da legislação brasileira. À primeira vista, quem não me conhece já imagina que sou um advogado. Não, sou um reles contador que ainda teima e insiste em exercer a atividade, ainda que aposentado há cerca de 17 anos. A nossa atividade, tal como a do advogado, está considerada “essencial”, nos infames decretos – minha opinião, que em nome dessa pandemia do viruschina, impede o cidadão trabalhador de cumprir a sua obrigação de ganhar o pão de cada dia, seja como empregado ou proprietário. Pois é! Estou cá confabulando com os botões do meu pijama: por que a contabilidade é essencial e os estacionamentos, as lojas de roupas e acessórios, os salões de cabelereiros e manicures, os templos maçônicos e até os religiosos não o são?

Cheguei a seguinte conclusão: Aprendi nos bancos do curso técnico e da faculdade que a Contabilidade é a ciência que analisa os atos e fatos administrativos de uma empresa, seja ela com ou sem fins lucrativos, registra e demonstra em relatórios e gráficos servindo de espelho para tomada de decisão por seus administradores. Resumindo: é o denominado PATRIMÔNIO.

Ah! Se fosse só isso, hein caros e nobres colegas? Não, meus amigos e caros leitores, fazemos isso e muito mais. Antes de tudo, somos consultores de nossos clientes, que diuturnamente, nos procuram para opinarmos sobre algum negócio que esteja em mente. Ademais, somos nós, os contadores quem elaboramos as folhas de pagamentos dos empregados, emitindo as guias de recolhimentos das obrigações sociais, entre elas, o FGTS e a Previdência Social. Ah! Calculamos e emitimos as guias de recolhimentos de todos os impostos e contribuições incidentes sobre as atividades das empresas, cujo destino são os cofres públicos das três esferas de governo – Federal, Estadual e Municipal, tais como: IMPOSTO DE RENDA, CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO, COFINS, PIS, IOF, ICMS, ITCD, ITBI, ISSQN, etc. Não bastasse, ainda temos que preencher formulários de aplicativos dessas instituições governamentais, dando-lhes ciência da tributação apurada, tudo dentro do prazo preestabelecido, pois fora dele, imputam-se multas e juros.

Pois é! Onde está a essencialidade da atividade contábil? Ora, ora! Se fecharem as contabilidades como é que arrecadarão os tributos? Sinceramente! É utopia, mas eu gostaria de ver os contadores fazerem greves, paralisando parcialmente as atividades, mormente, as de informação dos impostos apurados, e assim deixarem os cofres públicos esvaziarem, a ponto de não sobrar o “dindin” para pagar proventos e “pixulecos” para Presidentes, Senadores, Deputados, Ministros, Governadores, Prefeitos e Vereadores, resumindo: os denominados Vossas Excelências.

Vocês já ouviram falar em Imposto Único? Somente este sistema de tributação será capaz de reduzir a essencialidade da atividade contábil, vez que os arrecadadores não mais dependerão dos contadores, pois o próprio sistema o imputará através das Notas Fiscais, eletronicamente, emitidas. Sabem por que ainda não conseguiram aprovar o Imposto Único? Porque o dinheiro será arrecadado, em sua totalidade, pelo governo federal e repartido com as demais esferas de governo. Aí, meus amigos, meus caros leitores, quando a carniça é uma só, os abutres atracam-se em busca do maior pedaço. Eu me cansei de ver o meu curto e sofrido dinheirinho ser surrupiado, e vocês?