MAIS PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NO LEITE | Com novos formatos de trabalho, produtores rurais de Espinosa vivem boas perspectivas no campo - Rede Gazeta de Comunicação

PUBLICIDADE

MAIS PRODUTIVIDADE E QUALIDADE NO LEITE | Com novos formatos de trabalho, produtores rurais de Espinosa vivem boas perspectivas no campo

O Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), do Sistema Faemg Senar, tem sido importante fator de mudança para produtores rurais que atuam na cadeia produtiva do leite no Norte de Minas. O foco do trabalho em Espinosa, por exemplo, envolve sanar três das maiores dores da atividade: manter a nutrição adequada dos animais ao longo do ano, escoar a produção com rentabilidade e manter o fluxo de caixa em dia.

Foi só depois que resolveu estes gargalos da atividade, que Willian Eusébio de Souza, que é acompanhado pelo ATeG, conseguiu voltar a acreditar no potencial do seu negócio. Em poucos meses, ele saiu das contas no vermelho e transformou a fazenda. “Já pensei em desistir de tudo. Não tinha quem viesse comprar a produção de leite. Também sempre enfrentei os desafios da falta de chuva, com dificuldade em atuar de forma mais técnica. Agora, mudei tudo, com acompanhamento de gestão, alimentação das vacas e estratégias para o período de seca”, afirma o produtor rural. 

Foram várias mudanças na rotina de William Eusébio. Primeiro ele deixou de atuar com venda para queijarias, que causava impacto na gestão do seu negócio, por gerar prejuízos com concentração de ordenhas somente na parte da manhã; o excedente de leite era jogado fora. Após se capacitar, ele acondiciona a produção em um tanque novinho, dentro da propriedade. A cada três dias o leite da fazenda, uma média produtiva de 132 litros/dia, é vendida ao laticínio, o que gerou uma constância no fluxo de caixa.

“Após iniciar a visita da técnica de campo do ATeG, adotei outro sistema de manejo do pasto, investi no terreno novamente para adotar tecnologias, como o piquete rotacionado, o que vai ajudar a diversificar o cardápio de alimentos aos animais. Meu projeto é chegar em 1 mil litros de leite por dia, ao fim do ano de 2025, já que agra tenho como reservar meu leite e ampliar o número de vacas no plantel”, projeta com entusiasmo.

Fechar o mês sem sustos

A técnica de campo do Programa ATeG, Daniella Cangussu Tolentino, explica que a mudança de mentalidade dos produtores faz toda a diferença na busca por melhores resultados produtivos, e parte deste trabalho está no melhor gerenciamento das oportunidades e controle dos riscos. “O produtor entendeu que precisava fazer ajustes para tornar a atividade rentável. É satisfatório vê-lo crescer, inovar, buscar melhores produções e maior rentabilidade do negócio”, pontua.

Os ajustes na rotina também trouxeram resultados para outro produtor da cidade de Espinosa, o senhor Roberto Carlos Dantas, que conseguiu saltar de 400 para 600 litros de leite/dia em prazo de poucos meses. Estruturação de espaço para ordenhadeira mecânica, novos currais, tanque de coleta do leite e, o principal, controle de gastos com alimentação das vacas foram iniciativas que fizeram parte desta nova roupagem de trabalho do produtor rural.

“Eu passei a investir no leite testando oportunidades, desde 2018. Mas foi do ano passado para cá que melhorou mais. Em 2023 gastamos muito com ração, porque precisei ir comprar em cidades distantes, porque aqui faltou, e isso deixou as contas no vermelho; passamos sufoco em anos anteriores. Agora produzimos boa parte do nosso alimento. São quase cinco hectares de milho, o que fez diferença na parte financeira, na gestão da fazenda”, explica o produtor.

Ajuste na produção regular de alimento tem sido ferramenta contra a seca

A melhor gestão do negócio tem sido essencial para segurar o rendimento da atividade até o próximo período de chuvas, já que agora Roberto tem alimento reservado, assim como o leite que pode ser negociado com melhores margens de lucro. “Ele também entregava para uma queijaria, mas ele preferiu colocar o tanque para garantir a entrega o ano todo. Porque a queijaria, quando passa muito do volume que já precisam para seus produtos, não costumam comprar mais”, explica a técnica de campo Daniella Cangussu.

Para quem sobrevive da atividade, fechar o mês com o caixa no positivo é sempre uma boa notícia, como define o produtor. “O acompanhamento dos gastos e lucros da fazenda eram mal feitos. Agora estou com um melhor planejamento e consigo terminar o mês sem sustos”, finaliza Roberto Carlos Dantas.

Movimentando o mercado

O presidente do Sindicato dos Produtores Rurais, Marcos Vinícius Alves Nogueira, pontua que os investimentos realizados pelos produtores rurais, de estruturação dos negócios e melhoramento dos rebanhos, já demonstram impacto positivo na movimentação financeira em toda a cidade, que tem na área rural grande parte das oportunidades.

“Este resultado positivo não é só para os produtores, é para toda a região, movimentando empregos e renda. Hoje temos vários produtores reconhecidos na cidade pela qualidade do leite que produz. A nossa satisfação está sendo 100% com o desenvolvimento do ATeG”.