Entre letras e laços: a vida de Theo - Rede Gazeta de Comunicação

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Entre letras e laços: a vida de Theo

Wagner Gomes

Escritor

Sua vida já foi cantada em verso e prosa por todos que o acompanharam nessa trajetória.  Theo foi um dos pilares que sustentaram a disseminação de ideias, arte e, principalmente, a valorização das relações humanas em Montes Claros. Um programa exclusivo na televisão, cuja audiência nem precisava do IBOPE para ser confirmada. Bastava passar pelo Café Galo e pelo Skema para ouvir os comentários sobre o último programa e suas novidades. Nele, apresentava entrevistas e reportagens filmadas de grandes acontecimentos sociais e empresariais. Causou polêmica com suas listas das “dez mais” em décadas passadas, época em que o exemplar do jornal que as divulgava era disputado nas bancas como um troféu. Todos queriam saber quem mereceria tamanha distinção. Sua coluna sempre foi lida por todas as camadas sociais, e o seu nome, Theo, era pronunciado por todos com uma intimidade impressionante. Quando se pensava que nada mais havia para inventar, lá vinha ele com uma novidade. No lugar das “dez mais”, elegeu um grupo de mulheres fantásticas e as ungiu, inicialmente, com o epíteto de Poderosas, para, logo em seguida, transformá-las em Estrelas. E, novamente, causou polêmica.

Esse é o Theo, que agora completa 59 anos de jornalismo combativo e empreendedor, sempre cobrando posicionamento político de quem nos representa no Legislativo. Um guerreiro do Norte de Minas. Ele conviveu com personalidades famosas do Brasil e do exterior, sendo sempre recebido de braços abertos em todos os salões que frequentou. Nas comemorações de seus 30 anos de jornalismo, trouxe a Montes Claros um batalhão de personalidades, destacando-se o maior colunista do Brasil, Ibrahim Sued, e a eterna Miss Brasil, Marta Rocha. Houve congestionamento de aeronaves em nosso aeroporto naquele dia.

A propósito, relato o que presenciei no restaurante Le Bec Fin, no Rio de Janeiro. Estávamos jantando em um grupo formado por mim, minha esposa Marinilza, Paulo Cesar Santiago e Nídia, Paulo Cesar de Oliveira, Ibrahim Sued e Simone, quando o “papa do colunismo” perguntou de repente: “Por que vocês não trouxeram o Príncipe dos Colunistas do Brasil?” E, na sequência, nos dizia que estava impressionado com a penetração do nome de Theodomiro Paulino na sociedade carioca, paulista e mineira. Esse depoimento atestava o quanto Theo era admirado, respeitado e sempre convidado para qualquer evento importante nos grandes salões do País. Em Belo Horizonte, o vejo sempre reverenciado e paparicado, ou, como o termo que ele próprio lançou em sua coluna, sua entrada em qualquer ambiente é sempre muito festejada.

O seu livro Theo: Uma Vida mostra grande parte de sua rica e múltipla personalidade, com uma postura que demonstra sua habilidade em conviver com a diversidade. A sensação que temos é que ainda faltou muita coisa para ser dita, razão pela qual ele está sempre repetindo que virá um segundo livro, cujo título provavelmente será Eu Não Contei Tudo. Theo viveu e promoveu a época áurea de Montes Claros, entre as décadas de 1960 e 1990. Naqueles tempos, formou a base de sua network, que hoje constitui seu principal capital de trabalho. Dizer que ele conhece todo mundo e é reconhecido por todo mundo não é exagero.

Frequentou os salões do Copacabana Palace quando isso era sinal de prestígio. Conheceu artistas famosos, empresários e políticos de todos os partidos, sempre sendo tratado como uma verdadeira celebridade. Com uma naturalidade impressionante, suas promoções recebiam visitas de personalidades como Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, todos os Governadores de Minas, misses, modelos famosos, enfim, aquilo que ele chamava de “quem é quem”. De uma coisa, porém, ele nunca abriu mão: sua origem. Onde quer que vá, faz questão de ser anunciado como Theodomiro Paulino, de Montes Claros. Creio que, se perguntado sobre sua vida, ele poderia simplesmente dizer: “Vivi o que quis, quando eu quis”. A história social de Montes Claros se confunde tanto com sua vida que não seria exagero dizer que foi Theo o grande autor dessa história.