O estudo recente da Agência Internacional de Energia (IEA) corrobora essa tendência, revelando que a capacidade global de armazenamento em baterias aumentou de 200 gigawatts
Com o recente aumento nas tarifas de energia elétrica, a preocupação dos brasileiros com a segurança e a estabilidade no fornecimento de eletricidade voltou a ser uma prioridade. Simultaneamente, a drástica queda de cerca de 85% no preço das baterias no mercado internacional está tornando os sistemas de armazenamento de energia uma opção atraente para residências, comércios, indústrias e propriedades rurais.
A especialista Sophia Costa, head de novos negócios da Holu, fornecedora de soluções em energia solar e tecnologias sustentáveis, destaca que o mercado de baterias de lítio no Brasil está projetado para crescer a uma taxa composta anual (CAGR) entre 20% e 30% até 2030. Esse crescimento é impulsionado por uma combinação de fatores, incluindo a redução significativa dos preços e a crescente demanda por alternativas energéticas seguras e econômicas.
“Estamos vendo uma ascensão global dos sistemas de armazenamento de energia por baterias, com as baterias de íons de lítio se consolidando como uma solução viável e eficaz em diversos países”, afirma Sophia Costa. “Atualmente, mais de 2 milhões de baterias estão instaladas em residências em países como Estados Unidos, Alemanha e Austrália. O Brasil está seguindo essa tendência, e a chegada dessa tecnologia aqui era apenas uma questão de tempo.”
O estudo recente da Agência Internacional de Energia (IEA) corrobora essa tendência, revelando que a capacidade global de armazenamento em baterias aumentou de 200 gigawatts (GW) no ano passado para mais de 1 terawatt (TW) até o final da década, com uma projeção de quase 5 TW até 2050.
Durante a Intersolar South America, realizada em São Paulo no final de agosto, a ampliação do uso de baterias foi evidenciada com a presença de centenas de fabricantes internacionais que apresentaram novas soluções de armazenamento para o mercado brasileiro.
Sophia Costa observa que a redução dos preços das baterias torna a tecnologia acessível a mais consumidores, não apenas como uma solução de backup, mas também como uma proteção contra a inflação energética e a falta de abastecimento. “Para empresas que dependem de energia contínua, como comércios e mercados, as baterias garantem a continuidade das operações e evitam prejuízos significativos, como a deterioração de produtos refrigerados”, explica.
Além disso, para residências, as baterias oferecem proteção contra danos causados por picos de energia, assegurando conforto durante apagões e a continuidade de serviços críticos, como o funcionamento de equipamentos médicos essenciais. Embora frequentemente associadas a sistemas solares, as baterias de lítio podem ser carregadas diretamente da rede elétrica e usadas como backup, oferecendo flexibilidade tanto para sistemas off-grid quanto on-grid.
“A tecnologia de armazenamento de energia é uma solução versátil e eficaz para garantir autonomia e segurança energética, respondendo às crescentes necessidades de proteção e eficiência em um cenário de custos energéticos em alta”, conclui Sophia Costa.
