A última atualização do Monitor de Secas revelou um cenário preocupante para a região Sudeste do Brasil. Em julho de 2024, a seca se intensificou em todos os estados da região, com um aumento significativo na área afetada e um agravamento da severidade do fenômeno.
Aumento da Severidade e Expansão da Área
Entre junho e julho, a seca no Sudeste passou a afetar um percentual maior de território em todos os quatro estados da região: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo. Minas Gerais e São Paulo, em particular, enfrentaram uma intensificação da seca grave, que passou a afetar cerca de 8% da área da região Sudeste. A proporção de território com seca moderada também aumentou, passando de 27% para 31%.
Em termos de área total afetada, Minas Gerais registrou um aumento considerável, com seca abrangendo agora todo o estado. O Espírito Santo manteve seca em todo o seu território, enquanto o Rio de Janeiro e São Paulo continuaram com 84% e 92% de seus territórios, respectivamente, afetados pela seca. Com esses dados, a área total afetada pela seca no Sudeste subiu de 83% para 97% do território regional.
Cenário Nacional
A intensificação da seca não é um problema exclusivo do Sudeste. Em termos nacionais, o fenômeno se agravou em 15 estados entre junho e julho, incluindo o Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e outros. Em quatro estados, a seca foi retomada, e em apenas dois estados, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, não houve registros de seca em julho.
O Monitor de Secas identificou que, em julho, nove estados tiveram 100% de seus territórios afetados pela seca, incluindo Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais. A área total com seca no Brasil aumentou de 5,96 milhões para 7,04 milhões de km², o que representa 83% do território nacional.
Importância do Monitor de Secas
Coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) com apoio da FUNCEME e outras instituições estaduais e federais, o Monitor de Secas fornece uma visão detalhada e atualizada do impacto da seca no Brasil. A ferramenta é essencial para o planejamento e a execução de políticas públicas voltadas ao combate da seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo disponível para dispositivos móveis.
A metodologia do Monitor de Secas, baseada nos modelos dos Estados Unidos e México, envolve coleta de dados, cálculo de indicadores de seca e validação colaborativa para assegurar a precisão dos mapas e relatórios produzidos.
A intensificação da seca no Sudeste e o aumento geral da área afetada em todo o Brasil são alertas significativos para gestores, agricultores e a população em geral. A resposta eficaz a esses desafios climáticos exige uma análise contínua e a implementação de estratégias de mitigação para proteger os recursos hídricos e promover a resiliência das comunidades afetadas.
