Neste domingo, completam-se dois meses que o meia perdeu o pai; jogador também vive o luto pelo cunhado que faleceu no início do ano

O meia do Atlético-MG, Matías Zaracho, voltou a dar assistência e ainda ajudou a garantir a vitória atleticana sobre o Fluminense, por 2 a 0. O jogador deu o passe para o segundo gol do Paulinho e chorou durante a comemoração. Os jogadores prontamente o abraçaram. Zaracho contou que a assistência e a vitória foram dedicadas ao pai e ao cunhado. Ele perdeu os familiares neste ano e vive fase difícil extracampo.

O cunhado do jogador, irmão mais novo da esposa, faleceu no início do ano, ainda durante o Campeonato Mineiro, em um acidente de trânsito. O pai de Zaracho morreu em agosto. Na ocasião, o meia foi liberado para ficar na Argentina com a família.

– Fiquei muito emocionado, porque se completam dois meses do falecimento do meu pai. A verdade é que foram momentos difíceis, e estou tentando seguir em frente com a minha família. Queria fazer um um gol ou dar uma assistência para homenageá-lo.

Além dos lutos, Zaracho ainda teve lesões e passou em branco durante alguns meses no Galo. A última vez que fez um gol foi em julho deste ano, contra o América-MG, pelo primeiro turno do Brasileirão. No ano, o meia fez 37 partidas, marcou duas vezes e deu duas assistências.

O companheiro de equipe, Hulk, afirmou que todos entendem o momento delicado da vida de Zaracho e que ficaram felizes por ele conseguir dar o passe para o Paulinho.

– A gente sabe das dificuldades que ele passou esse ano, e não é fácil enfrentar o que ele enfrenta, chegar no dia-a-dia nos treinos e manter o foco, ajudar os companheiros. O cara é muito forte psicologicamente. Hoje, ele deu um excelente passe para o Paulinho, e eu abracei ele e falei que ele merecia, por tudo que vem passando. Tenho carinho e respeito por ele.

Recuperação de Zaracho

O momento delicado é compreendido pelos companheiros de equipe e pela comissão técnica. Felipão afirmou que todos trabalham entendendo o tempo que o jogador precisa para passar pelas fases que precisa e que está melhorando a medida que aceita o que tem acontecido.

– Estamos indo devagar, e o Zaracho vai voltando à medida que ele vai aceitando também algumas coisas que aconteceram com ele fora de campo. À medida que ele vai entendendo, vai se soltando e vai nos dando as condições. Todo mundo no Galo trabalha com isso. A Michele, psicóloga, o Éder, que faz um trabalho maravilhoso ali pelo canto, conversando com o pessoal.

O treinador ainda explicou ao torcedor que é preciso paciência com o jogador e entender que ele ainda vai evoluir.

– Fica difícil explicar para a torcida que a gente não é de ferro. A gente erra, acerta. Temos pai, mãe, filho. Sofremos ou temos sabores diferentes na vida e o Zaracho enfrenta um ano difícil e se nós não procurássemos entendê-lo, dar a ele uma pequena luz para que ele voltasse a ser o Zaracho, não ia adiantar. Então, vejo as vezes torcedores exigindo do Zaracho, pedindo o Zaracho e o Zaracho estava, muitas vezes, chorando num canto. É difícil eu dizer pra eles que ninguém é de ferro.