Em poucos meses, apicultores evoluem técnicas e garantem mais renda - Rede Gazeta de Comunicação

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Em poucos meses, apicultores evoluem técnicas e garantem mais renda

“Fico contando os dias para a visita da técnica de campo”. Essa fala não sai da rotina do apicultor Lucas Rodrigues, da cidade de Monte Azul. Em seu primeiro ano no Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG), o produtor rural tem conseguido, enfim, tornar seu apiário produtivo, após a adoção de novas técnicas de trabalho. “O ATeG alavancou a atividade, melhorou tudo. Eu quase perdi todas as colmeias por erros de manejo e falta de conhecimento. O pouco que colhia de mel ficava próximo a 30 litros, de uma só florada. Agora cheguei a 100 litros só na florada do meio do ano, de aroeira”, exalta o apicultor.

O cenário vivenciado por Lucas Rodrigues é comum para muitos apicultores da região. Apesar de já atuar na atividade, a rotina de trabalho dele ainda não era a adequada para que a apicultura se tornasse fonte de renda. “Eu era mais extrativista. Esse foi o primeiro ano que usei a centrífuga para colher o mel, por exemplo. Agora vejo o dinheiro entrar na conta com a atividade”, explica Lucas.

Segundo a técnica de campo Jozelia Aparecida Ribeiro de Melo, foi feito um diagnóstico dos principais problemas no apiário de Lucas Rodrigues. Muitas correções de manejo, se não fossem realizadas, poderiam ter resultado no fim da atividade. “Ele não percebia o prejuízo que estava tendo com material, mão de obra e venda de mel por falta de produção. Com os ajustes feitos, a dedicação e entusiasmo do apicultor fizeram total diferença”, destaca a técnica de campo.

Para os próximos meses estão programados mais ajustes, para que o produtor siga crescendo, como melhoria na alimentação das abelhas, divisões de enxames, troca e seleção de rainhas, troca de cera e formação de novos apiários. “Estou me preparando para ter colheita de ano completo para essa segunda etapa de ATeG. A intenção é que a apicultura venha a ser minha principal fonte de renda. Fico contando os dias para a visita da técnica de campo para ter novas ideias e aplicar no apiário”, finaliza o apicultor. 

Produção do zero

A estruturação produtiva também vem ocorrendo para Margarida Soares Oliveira, em Coração de Jesus. Ela começou sua produção do zero, atuando de forma mais básica, deixando as colmeias soltas no matagal, sem controle e manejo. O resultado era, quase sempre, perda de mel e desânimo com a atividade. Agora, com técnica e conhecimento, ela já registra lucro na propriedade. A última florada teve produção de cerca de 52 quilos de mel.

“Eu falo que ao entrar no ATeG eu fui iluminada. Foi uma graça de Deus. Eu achava que não tinha dinheiro para fazer os investimentos iniciais e manutenção da atividade. Mas o técnico foi me mostrando como atuar certinho e ter lucratividade com a atividade. Eu estava com duas colmeias e hoje tenho 12 em funcionamento e mais algumas para iniciar, investimento conquistado com o retorno financeiro do mel que vendi. Eu melhorei mais de 90% da minha atividade. Minha expectativa é finalizar o ATeG com 20 caixas bem trabalhadas, com planejamento e manejo corretos. A assistência melhorou meu trabalho e qualidade de vida”, afirma feliz Margarida Soares.

A receita, segundo o técnico de campo Vanderson de Negreiro Alves, que acompanha o grupo de Margarida, é seguir aprimorando técnicas no campo. Ele comenta que várias pequenas ações foram determinantes para a apicultora. “Realizamos ações de manejo, como troca de cera e revisões periódicas das colmeias; fizemos o povoamento de colmeias vazias; a padronização de material de trabalho, para ajudar no manejo de todo o apiário, entre outros. A avaliação até aqui é que o trabalho já está surtindo efeito. A produção praticamente triplicou, o que simboliza mais motivação com a apicultura. Até os familiares que não viam como alternativa de renda é outro cenário”, opina Vanderson de Negreiro.

Empreender

Ânimo renovado também não falta para Nivaldo Soares Correia. Após anos trabalhando em fazendas na região de Grão Mogol, ele decidiu se dedicar exclusivamente à produção agrícola própria, e a apicultura vem tomando papel primordial na decisão. Mas o contorno empreendedor da atividade só ganhou forma nos últimos meses. Apicultor há 20 anos, ele não conseguia transformar o apiário produtivo.

“Eu comecei e parei algumas vezes na atividade. Mantive minhas caixas em bom estado, mas com pouca atividade e colheita. Agora que veio o desenvolvimento e o Sistema Faemg Senar tem ajudado. A forma de trabalho mudou. Eram muitas práticas e manejos errados, prejudicando o desenvolvimento das colmeias”, lembra.

A média de produção nem entrava em anotações muito certeiras por ser baixa. Hoje, somente do balanço do mês de setembro, foram mais de 200 kg de mel de floradas diversas. “Faço a gestão de 114 colmeias, algumas em pastos apícolas de fazendas em ex-empregadores. Eu mudei completamente a forma de trabalhar, fazendo corretamente o que o técnico passa”, finaliza Nivaldo Soares.

O resultado tem sido tão positivo neste primeiro ano de ATeG, que ele já está trabalhando a sucessão do negócio. O filho de Nivaldo, Wemerson Fernando, de 26 anos, deixou o trabalho em Montes Claros para voltar a Grão Mogol e trabalhar com o pai na apicultura.

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