Denúncias de abusos dentro de uma escola infantil, em Montes Claros, estão sendo apuradas pela Polícia Civil. Os pais de cinco crianças, entre 3 e 4 anos, registraram um boletim de ocorrência na última segunda-feira (25), durante uma reunião com a direção da escola. A assessoria da Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) que já começou a ouvir as vítimas e os pais nessa terça-feira (26).
No boletim registrado pela PM, os pais relataram que os abusos foram cometidos por um estagiário da instituição. Em nota, o advogado que representa as famílias, Alexandre Augusto Pereira Braga, disse que a primeira criança, de 3 anos, relatou os abusos no dia 6 de setembro. Posteriormente, o irmão gêmeo também confirmou a mesma situação.
“Os mesmos [pais] imediatamente comunicaram o caso ao colégio, que se comprometeu a tomar providências para afastar o suspeito do convívio das crianças. No entanto, a criança voltou a relatar, dias depois, que o suspeito continuava trabalhando na escola, em uma sala ao lado daquela em que as crianças estudavam”, diz um trecho da nota.
No boletim, consta que o suspeito teria sido recolocado na secretaria da escola. De acordo com o advogado, após essa situação os pais manifestaram novamente a sua indignação e “compartilharam o fato com outros pais de alunos da turma, oportunidade em que outras três crianças relataram ter sofrido abusos por parte do suspeito”. O advogado afirma que o suspeito foi mantido na escola até a conclusão do estágio curricular e a instituição não teria comunicado os fatos às autoridades.
Em entrevista, um dos pais, que preferiu não se identificar, contou que o filho, de 4 anos, relatou os abusos após apresentar uma mudança de comportamento. “Ele começou a ter atitudes diferentes, querendo nos beijar na boca, sendo que, desde pequeno, ensinamos que isso não é correto, também ficou agressivo. Em uma conversa com a minha esposa, ele disse que teria sido tocado pelo tio na escola. […] Ele falou também que o suspeito oferecia doces, balas, e pedia carinho como forma de retribuição”.
Após o registro do boletim de ocorrência, a PM fez buscas, mas o suspeito, de 25 anos, não foi localizado.
O que diz a escola? | A advogada da escola Giulia Marques de Lima Miranda esclareceu que todas as providências foram adotadas pela instituição. “A escola tomou naquele momento [da denúncia dos pais] as medidas que julgou como sendo necessárias e cabíveis para poder ajudar na elucidação dos fatos. A escola fez e está fazendo o possível para que a verdade seja encontrada para que algo assim não aconteça e caso tenha acontecido, não se repita”.
Ela destacou também que a unidade de ensino está tomando medidas internas para aumentar a segurança e a intenção é “proteger os menores e fortalecer a confiança que esses pais carregam na escola há quase três décadas”.
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