São João do Pacuí avança no diagnóstico e tratamento da população urbana e rural - Rede Gazeta de Comunicação

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São João do Pacuí avança no diagnóstico e tratamento da população urbana e rural

Numa ação conjunta da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), por meio de pesquisadores do Centro São Paulo-Minas Gerais para Tratamento da Doença de Chagas (SaMI–Trop), a Secretaria Municipal de Saúde de São João do Pacuí deu continuidade a uma série de ações que vem implementando desde maio, no enfrentamento à doença de Chagas.

No primeiro semestre, os trabalhos foram iniciados com a realização do “Dia C”, quando profissionais de saúde ministraram palestras sobre a doença de Chagas, envolvendo a população residente nas zonas urbana e rural, e coletaram amostras para a realização de análises no laboratório da Funed, em Belo Horizonte.

Já no dia 15 de setembro, “junto com uma equipe bem estruturada e parceiros de instituições reconhecidas como a Superintendência Regional de Saúde, Funed e o grupo de pesquisa SaMI-Trop, conseguimos concluir a segunda fase do Dia C de enfrentamento à doença de Chagas em São João do Pacuí. Oferecemos apoio psicológico a pacientes com exames positivos, contando com a experiência de um especialista em saúde mental. Realizamos roda de conversa e compartilhamos experiências emocionais”, explica a secretária municipal de Saúde, Ana Clara Antunes Bastos.

No mesmo dia, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu a realização de ciclo de palestras sobre a doença de Chagas, com a participação das referências técnicas da SRS Montes Claros, Nilce Almeida Fagundes Lima e Bartolomeu Teixeira Lopes; pesquisadores da Unimontes e do SaMI-Trop; triagem de pacientes com atendimento médico, coleta de amostras para realização de exames laboratoriais e encaminhamento para serviços especializados.

“Estamos extremamente satisfeitos, pois sentimos que conseguimos apresentar à comunidade de São João do Pacuí uma abordagem responsável e cheia de esperança para uma doença que, por muitos anos foi negligenciada”, observa Ana Clara Antunes.

A referência técnica em doença de Chagas na Superintendência Regional de Saúde, Nilce Fagundes, entende que “iniciativas dos municípios na realização de ações de mobilização da população com relação à doença de Chagas são importantes no sentido de reforçar a necessidade do diagnóstico precoce e adesão ao tratamento. Por se tratar de uma doença silenciosa, o diagnóstico precoce é fundamental, uma vez que, quando ela se manifesta, pode já estar em estágio avançado de evolução, comprometendo diversos aspectos da saúde das pessoas”, reforça a referência técnica.

Tratamento

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, observa que “assim como outros agravos negligenciados, a doença de Chagas está associada a situações em que as pessoas vivem em situação de muita pobreza, em regiões e domicílios que propiciam a existência e a proliferação de vetores transmissores do agravo”.

A doença é transmitida por diferentes vias, sendo a mais comum a vetorial, aquela que envolve espécies de triatomíneos, insetos chamados popularmente de barbeiros. Estima-se que, no mundo, entre seis e oito milhões de pessoas têm a doença e mais de 75 milhões moram em áreas de risco de contágio.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que “são inúmeras as barreiras existentes para o acesso da população ao diagnóstico e ao tratamento da doença de Chagas, sendo a educação a maior barreira. Apenas 1% ou menos daqueles que poderiam se beneficiar obtendo a cura da doença ou a prevenção para formas sintomáticas crônicas têm real acesso ao tratamento. Em geral, os diagnósticos ocorrem na fase tardia, quando já há comprometimento crônico e complicações, com grave prejuízo às pessoas, suas famílias e comunidades, além de elevado custo ao sistema de saúde”. (Ascom SES-MG)