Saúde Mental e a População Montes-clarense - Rede Gazeta de Comunicação

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Saúde Mental e a População Montes-clarense

Aliança Nacional LGBTI+ propõe audiência pública para debater adoecimento mental na cidade

Com a temática “A Saúde Mental e a população montes-clarense”, a Coordenação Adjunta Estadual da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais em consonância com outros movimentos sociais, propuseram e convidam para Audiência Pública nesta quinta-feira, 24/8, às 8h no plenário da Câmara Municipal de Montes Claros.

A Comissão de Direitos Humanos do legislativo municipal, na pessoa da sua presidente, vereadora Iara Pimentel (PT), acatou a sugestão da Aliança Nacional LGBT e propôs a Audiência Pública para tratar com diálogo, exposições e enfrentamento do adoecimento mental que tem afetado muitas pessoas.

“Um estudo realizado no período entre 2007 e 2017, evidenciou que foram ocasionados 182 suicídios em Montes Claros o que corresponde a 0,8% da mortalidade geral. O sexo masculino representa a maioria dos casos. Em ambos os sexos, pessoas solteiras, de 30 a 59 anos e de raça parda, foram as mais afetadas (DIAS; ARAÚJO; BARBOSA, 2020, p. 42). Esses dados são alarmantes se pensarmos que o índice de suicídio aumentou no país, sendo um dos motivos de realização dessa audiência pública”, explica a Coordenadora Adjunta Estadual da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais, Letícia Imperatriz.

Graduada em Ciências Sociais e Mestranda em Desenvolvimento Social pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Imperatriz reforça o convite a todos os representantes da sociedade civil organizada e correlacionada para a participação na audiência pública.   

“Ao realizarmos o trabalho de praxe da Aliança Nacional LGBTI+ em Montes Claros, percebemos que inúmeras pessoas entraram em contato com a organização com queixas referentes à saúde mental. Vários sãos os relatos de dificuldades em acessar os profissionais de saúde mental e o grande temor em serem taxados como ‘doentes’ pelas pessoas. Entretanto, tais sujeitos apresentavam sinais de adoecimento mental, o que gerou uma preocupação, principalmente porque não são apenas LGBTI+ que apresentavam essas queixas, mas a comunidade em geral”, ponderou Imperatriz.

A representante explica que se deparou com dados da Secretaria Nacional da Família em que houve no Brasil significativo aumento no número de indivíduos que reportaram diagnóstico de depressão por profissionais de saúde mental (BRASIL, 2022, p. 4), reforçando com o que a Aliança vem alertando aos órgãos competentes.

Esses dados fazem referência a um comparativo entre os anos de 2013 e 2019. Em continuidade, a Secretaria informa que “em 2019, um total de 10,2% das pessoas com 18 anos ou mais confirmaram ter recebido tal diagnóstico, o equivalente a aproximadamente 16,3 milhões de pessoas. O percentual apresentou um aumento de 34% em relação a 2013, quando havia 7,6% de pessoas em situação equivalente” (BRASIL, 2022, p. 4).

“Esses dados são preocupantes, pois o crescimento não está atrelado ao fator pandemia. Então, há a possibilidade de que estejam muito mais elevados e no que se refere às questões de gênero, os dados de depressão são maiores entre mulheres do que homens”, ressalta a coordenadora adjunta.

Em Montes Claros, a Aliança Nacional LGBTI+ tem acesso às pessoas que tentaram ou consumaram o autoextermínio. Além disso, recebeu pessoas que apresentam diagnóstico de adoecimento mental desencadeados por vários fatores, desde familiar até devido à situação econômica.

“Esses dados de senso comum devem ser levados em consideração, pois no que se refere aos estatísticos, temos uma dificuldade em encontrar acerca da temática. Os últimos dados se referem até o ano de 2017. E já se passaram seis anos e certamente a realidade hoje é outra para casos consumados. Se pensarmos em dados de tentativas nos dias atuais, pode ter um quadro de saúde pública ainda mais agravante. Esse estudo também denuncia que há subnotificação ao que se refere ao problema saúde mental”, finalizou Letícia Imperatriz.