O indigesto adeus da Rainha do futebol - Rede Gazeta de Comunicação
O indigesto adeus da Rainha do futebol

VINÍCIOS SANTOS

Jornalista e professor

A derrota sempre irá incomodar, e não tem como começar este texto sem ressaltar a decepção em não ter visto a nossa Seleção Feminina de Futebol avançar às oitavas de final da Copa do Mundo. Além disto, a despedida da Rainha Marta sem conquistar um mundial é uma daquelas injustiças inexplicáveis do esporte. Aos 37 anos, a atacante – que anunciou que não pretende disputar mais a competição pelo Brasil – merecia mais.  

Maior jogadora da história do futebol brasileiro feminino e ícone mundial, Marta tem em Copas impressionantes 17 gols e 4 assistências, sendo a maior artilheira dos mundiais, incluindo as modalidades feminina e masculina. Ela é também a maior artilheira da história da Seleção Brasileira com 122 gols.

Na última partida de Marta em Copas, depois de 20 anos de sua estreia no torneio, o Brasil mostrou muita raça, muita vontade, mas pouca organização e objetividade. O time não teve a felicidade, e porque não dizer, a competência de balançar as redes, conseguindo a sua heroica classificação. A craque brasileira parecia não acreditar que sua trajetória se encerrava desta forma, porém, a Rainha será eterna. Já é.  

Fica, sim, uma imagem de um trabalho pouco convincente da treinadora Pia Sundhage – que inclusive não fez boa leitura do confronto contra as jamaicanas, o qual culminou na eliminação inesperada. Entretanto, não estou aqui para – assim como tantos – apenas jogar pedras nas meninas. Fica, também, acima de tudo, a inspiração que Marta e toda seleção deixaram, motivando meninas por todo o país do futebol. Ano que vem tem as Olímpiadas e virá mais uma oportunidade de as nossas jogadoras brilharem nos gramados. Estamos tristes, com razão, mas não é hora de abaixar a cabeça.

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