JOYCE ALMEIDA
A obesidade é um grave problema de saúde que atinge 6,7 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde e, apenas no ano passado, 863.086 pessoas foram diagnosticadas com obesidade mórbida, com o Índice de Massa Corpórea do grau lll. Existem muitas soluções possíveis para tratar os problemas com o sobrepeso, como, por exemplo, a reeducação alimentar com uma dieta instruída por um profissional nutricionista que pode ser somada a exercícios físicos acompanhados por um educador físico. No entanto, em alguns casos mais severos, é necessário a intervenção cirúrgica.
O enfermeiro e especialista em nutrição Sandoval Miranda, esclarece questões sobre a cirurgia bariátrica. “A cirurgia bariátrica é um procedimento cirúrgico pelo qual o paciente é submetido a redução do tamanho do estômago. Dentre tantos outros que existem, a bariátrica é um dos tratamentos para o controle da obesidade. Há vários tipos de técnicas de cirurgia bariátrica, mas aqui no Brasil são liberadas apenas quatro: a Bypass Gástrico que é uma das mais usadas; a Banda Gástrica também que é bastante utilizada; a Duodenal Switch; e o Sleeve Gástrico”, explica.
De acordo com o especialista, a pessoa que deseja realizar a cirurgia deve atender a alguns requisitos. “Para realizar a cirurgia de redução do estômago, o primeiro requisito é apresentar o IMC maior que 40. O IMC é o Índice de Massa Corpórea do paciente – é a relação entre peso e a altura. O paciente também deve apresentar algum tipo de comorbidade, como por exemplo, a apneia do sono, hipertensão arterial e diabetes já são critérios para estar fazendo essa cirurgia. Em alguns casos não é necessário ter comorbidades, basta apenas ter o IMC acima de 40”, afirma.
Quando o paciente decide fazer o procedimento cirúrgico, ele vai passar por todo um processo acompanhado por vários profissionais da saúde. “Para poder realizar esse tipo de cirurgia é necessário ter um acompanhamento de uma equipe multidisciplinar para acompanhar esse paciente. É preciso também ter o apoio de um psicólogo para estar passando orientações ao paciente de como vai ser a qualidade de vida dele após o procedimento. Pois essa é uma cirurgia que vai ocasionar em uma mudança radical na conformação da estrutura do corpo que vai perder peso rapidamente e de maneira brusca. Muitos dos pacientes ficam irreconhecíveis”, ressalta e completa: “também é preciso ter o acompanhamento do nutricionista com as dieta antes, durante e no pós-operatório. O paciente deve estar seguindo a dieta, onde vai estar com a líquida restrita. É importante ter um acompanhamento rigoroso da dieta para a vida toda. Além do nutricional e psicológico, ainda irá passar por um endocrinologista. Então, envolve toda uma equipe multidisciplinar”, pondera.
Segundo o enfermeiro, existem vários tipos de tratamento para perda de peso e a cirurgia bariátrica é apenas uma delas que pode ser feita dentro de uma faixa etária segura. “Pode estar sendo realizado essa cirurgia a partir de 18 anos de idade e até 65 anos, desde que tenha os critérios de IMC e comorbidades. A decisão de querer fazer a cirurgia deve partir do próprio paciente. Em algumas pessoas menores de idade, ela também é feita a partir de 16 anos de idade, com a devida autorização dos responsáveis”.
O especialista ainda destaca os benefícios que os pacientes conseguem após a cirurgia. “A bariátrica é uma cirurgia que tem um ótimo pós-operatório, e vem trazer um bom benefício para a vida do paciente. O paciente que está muito obeso quando faz uma cirurgia dessa, também vai melhorar muito a questão da estética; da locomoção do indivíduo; diminui a pressão nas articulações do paciente; controla a pressão arterial; o risco de diabetes. Então é um procedimento que vale muito a pena e vai trazer bastante benefícios para o paciente”, finaliza. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)
