Os prejuízos causados pela longa estiagem/seca no Norte de Minas que castiga criações de animais, lavouras e a produção da agricultura familiar preocupa os prefeitos filiados à Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams). Conforme dados divulgados pela Emater-MG e copilados pela Amams, o impacto financeiro nos 89 municípios do Norte de Minas apenas na economia rural tem projeção estimada em R$ 1.823.700,00 em 2023.
Segundo o secretário executivo da Amams, Ronaldo Dias, a preocupante situação do campo aponta a necessidade de os bancos oficiais renegociarem as dívidas com os produtores rurais que contraíram empréstimos para impulsionar as atividades rurais e agora encontram-se em dificuldades para quitar as dívidas bancárias. “Neste momento difícil enfrentado pelos prefeitos com a estiagem prolongada a Amams vem buscando junto aos Governos Estadual e Federal soluções para amenizar os impactos dessa seca. No dia 23 de agosto a Amams promoverá uma roda de negócios com o Banco do Nordeste e Banco do Brasil para discutir essa renegociação das dívidas dos produtores rurais. A entidade também propôs ao Ministério da Integração Nacional, Codevasf e ao Ministério Público de Minas Gerais ações para construir barraginhas no Norte de Minas”, disse o secretário.
O presidente da Amams e prefeito de Padre Carvalho, José Nilson Bispo de Sá, o “Nilsinho”, considera o Projeto que visa construir 1 milhão de barraginhas na região como uma importante ação para reter as águas das chuvas e matar a sede das criações, irrigação das pequenas plantações e até mesmo em algumas situações para o consumo humano. “Este projeto já foi apresentado ao Governo Federal e em um prazo de 10 anos será possível concluí-lo com a construção de 100 mil barraginhas por ano”, disse Nilsinho.
Os dados da safra agrícola dos 89 municípios da região foram observados tanto perdas de algumas lavouras no início da safra como redução da produção final das culturas plantadas em regime de sequeiro, em especial milho, feijão, sorgo, soja, com área estimada em 149.700 hectares. A redução da produção foi estimada em aproximadamente 52,2%. Culturas anuais como cana-de-açúcar e mandioca que somam aproximadamente 35 mil hectares também deverão sofrer impacto na produção em virtude da seca. No Norte de Minas existem aproximadamente 3,7 milhões de hectares entre pasto nativos e formados e um rebanho bovino de aproximadamente 2,7 milhões de animais.
Vale ressaltar que a economia da maioria dos municípios Norte Mineiros é baseada predominantemente no segmento agropecuário, onde a produção agrícola e pecuária tem importância econômica e social muito expressiva. A distribuição das chuvas no ano agrícola nos municípios da região historicamente tem sido de forma irregular, sendo caracterizada pela concentração de chuvas do início do mês de novembro a início de janeiro, veranicos pronunciados entre meados de janeiro até meados de abril, seguido de estiagem prolongada de meados de abril até final de outubro. Apesar do volume total de chuva ter permanecido próximo da média histórica, a produção de grãos mais uma vez foi afetada, estimando-se perdas financeiras no valor aproximado de R$ 361 milhões.
Quanto as perdas pecuárias que envolvem redução de produção de carne bovina, leite e derivados, segundo os levantamentos apurados e depoimento dos produtores, os prejuízos são estimados em aproximadamente R$ 770,5 milhões. Somado a isso observa-se elevada degradação das pastagens com acentuada redução da capacidade de suporte com perda de receita estimada em R$ 692,2 milhões. (Ascom Amams)
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