Montes Claros cria o Dia Municipal Joaquim Nagô de Combate à Discriminação Racial - Rede Gazeta de Comunicação

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Montes Claros cria o Dia Municipal Joaquim Nagô de Combate à Discriminação Racial

A População negra de Montes Claros comemora a implantação do Dia Municipal Joaquim Nagô de Combate à Discriminação Racial, que será celebrado em 30 de Maio. Instituída oficialmente pela lei nº 5.572, de 23 de Junho de 2023, e sancionada pelo prefeito Humberto Souto, a data faz referência à morte de Joaquim Nagô, escravo que foi injustamente enforcado em praça pública no Arraial das Formigas (atual Montes Claros), por um crime que não cometeu.

“O Dia Municipal Joaquim Nagô de Combate a Discriminação Racial é importante para relembrarmos as fases perversas do racismo no nosso município, e, consequentemente lutarmos para que a discriminação racial, que perdura até os dias de hoje, seja totalmente erradicada”, comentou o presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial e responsável pela Coordenadoria Municipal de Igualdade Racial, José Gomes Filho.

HISTÓRIA | Joaquim Nagô, ou Joaquim Africano, foi um jovem escravo natural de Nagô, África. Ele foi acusado sem qualquer prova, “por ouvir dizer”, de assassinar, a 22 de abril de 1835, Joaquim Antunes Ferreira (ou d’Oliveira), em São José do Gorutuba. Joaquim Nagô negou sistematicamente a autoria, mas foi a júri popular, sendo condenado à forca, pena cumprida em 26 de março de 1836, nas cercanias do atual Café Galo, onde foi montado o patíbulo.

Durante a execução, a corda se partiu duas vezes, sendo preciso o carrasco se utilizar de um forte laço de couro ensebado, buscado em sua casa. Impressionados com as quebras seguidas da corda, o público pediu clemência para o condenado, em vão. Anos depois, em Diamantina, um tropeiro agonizante confessou a autoria do crime atribuído a Joaquim Nagô.

Em 1941, em virtude do serviço de pavimentação na rua Governador Valadares, o prefeito à época, Antônio Teixeira de Carvalho, mandou desenterrar os restos dos troncos da forca, que ficava precisamente em frente ao atual prédio de número 66. Após a abolição da pena de morte, o patíbulo foi serrado e seus tocos se espalharam pelo chão, ficando enterrados com o passar do tempo.

Ato contínuo, Teixeira de Carvalho determinou que os tocos fossem guardados na Prefeitura, com a finalidade de fazerem parte do futuro Museu Municipal de Montes Claros. Segundo o historiador Hermes de Paula, Joaquim Nagô foi o primeiro condenado executado no local.

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