Educação: a solução que nunca se concretiza - Rede Gazeta de Comunicação

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Educação: a solução que nunca se concretiza

SAMUEL HANAN

Engenheiro com especialização nas áreas de macroeconomia, administração de empresas e finanças, empresário, e foi vice-governador do Amazonas (1999-2002)

O caminho é longo e não admite atalhos. É preciso oferecer ensino fundamental I e II e ensino médio em tempo integral. Uma meta factível seria atingir 25% da rede pública nesse modelo em 4 anos, evoluindo para 50% em 8 anos. Ou seja, em apenas dois mandatos presidenciais seria possível oferecer ensino fundamental à metade de todos os alunos do ensino fundamental e do ensino médio no país, o que já garantiria uma mudança de patamar.

Imprescindível também é assegurar remuneração dos professores da rede pública em tempo integral e, quando não em tempo integral, priorizar suas atividades em turno extra na mesma escola, evitando gastos e dispêndio de energia desses professores. As metas devem ser definidas por profissionais do setor, que conhecem a fundo as peculiaridades e carências da atividade.

O país precisa ainda adotar um novo programa de capacitação dos profissionais da educação, com cursos e treinamentos providos pelo governo, de forma a manter os professores atualizados e motivados.

O novo modelo não pode prescindir de um plano de cargos e salários, bem como de plano de carreira para os professores, com implantação e cumprimento obrigatórios, a fim de se evitar solução de continuidade com mudanças de governo.

Fundamental também é a construção de novas escolas para receber alunos em tempo integral, providenciando, onde possível, ampliações e modernização dos estabelecimentos existentes, evitando-se gastos desnecessários.

Prover segurança e transporte para professores, alunos e servidores é outra necessidade que se impõe como estímulo principalmente aos profissionais que se dedicam em estabelecimentos localizados em áreas mais afastadas e com maiores índices de violência.

Imprescindível ainda a atualização da grade curricular, de modo a compatibilizá-la às novas tecnologias, profissões e demandas do século XXI, sem ignorar o ensino de línguas estrangeiras e de computação, além de especial atenção à matemática.

A política de creches também precisa ser revista, de forma a atender às necessidades das mães que precisam trabalhar para contribuir no sustento da família – quando não são as únicas provedoras – e oferecer educação infantil de qualidade.

É igualmente necessário reforçar a merenda escolar para que supra as necessidades alimentares a fim de que as crianças possam assimilar melhor os ensinamentos e se desenvolver intelectualmente.

A revolução na educação forma cidadãos melhores, profissionais mais capacitados, mentes criativas e inovadoras e o resultado é sempre um salto no desenvolvimento do país, como já demonstram os exemplos de várias nações. Há salvação, sem dúvida.