Transformação do setor financeiro e oportunidades - Rede Gazeta de Comunicação

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Transformação do setor financeiro e oportunidades

MARCELO FRANÇA

CEO da Celcoin

Ao longo dos últimos anos, o setor financeiro brasileiro vem passando por grandes mudanças que trazem diversas oportunidades para empreendedores. Depois de uma forte onda de consolidação nos anos seguintes ao Plano Real (1994-2007), o setor se encontrava extremamente concentrado e com um dos maiores spreads do mundo. Visando estimular a competição, o Banco Central iniciou uma agenda de inovação transformacional para toda a indústria.

Entre as mudanças de maior impacto, em 2013, o BACEN criou a figura da IP (Instituição de Pagamento), permitindo o surgimento de centenas de contas e carteiras digitais de forma segura, dado que o dinheiro dos clientes só poderia ser aplicado em Títulos Públicos. Cinco anos depois, vieram as SCDs (Sociedade Direta de Crédito) e SEPs (Sociedade de Crédito entre Pessoas) para regular fintechs que fazem empréstimos com recursos próprios ou diretamente entre pessoas, respectivamente.

E não parou por aí. Depois da criação destas novas figuras do Sistema Financeiro, vieram novos ‘rails’ de pagamentos e dados. Em outubro de 2020, foi lançado o PIX, que ganhou tração impressionante, substituindo rapidamente a TED e dividindo cada vez mais o espaço com os pagamentos em dinheiro, cartões e boletos. Também em 2020, foram definidas as regras iniciais do Open Banking no Brasil, que começou a ser implementado no ano seguinte.

Em paralelo à agenda regulatória, na parte da tecnologia, novas soluções permitiram a reconstrução dos sistemas de um jeito totalmente diferente. A infraestrutura na nuvem e o avanço dos microsserviços permitiram a ‘quebra’ de sistemas monolíticos em conjuntos menores, que podem ser construídos com muito mais independência e velocidade. E ainda, as APIs (Application Programming Interface) tornaram possíveis integrações entre diferentes sistemas de forma rápida e padronizada.