Téo Azevedo: Uma vida dedicada à cultura norte mineira e nordestina - Rede Gazeta de Comunicação

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Téo Azevedo: Uma vida dedicada à cultura norte mineira e nordestina

Algumas pessoas foram pioneiras no processo de evolução cultural de Montes Claros. Uma delas foi Téo Azevedo. Nascido em Alto Belo, distrito rural de Bocaiúva (distante 45 quilômetros de Montes Claros), em 2 de julho de 1943, ele teve contato desde cedo com a música. Quando “Seu Teófilo”, pai de Téo, faleceu, ele foi cantar, com apenas sete anos, em feiras para ajudar sua mãe no sustento de seus sete irmãos.

Na área artística, seguiu os passos de seu pai, que além de ter sido lavrador, ferreiro, tropeiro e pequeno comerciante, foi também folião de reis, seresteiro, cantador popular e repentista.

Depois da morte do marido, a mãe de Téo, dona Clemência, mudou com seus filhos para Montes Claros. Na nova cidade, ele fez um pouco de tudo: lavava carros, carregava malas para as pessoas na rodoviária ou na estação ferroviária, capinava horta e engraxava sapatos. Enquanto trabalhava neste ofício, encantava os fregueses fazendo repentes, abordando “causos” do sertão.

Em sua jornada musical, Téo gravou seu primeiro disco no ano de 1965. Na ocasião, interpretou a canção “Deus Te Salve, Casa Santa”, tendo composto mais três estrofes e mudado a melodia tradicional cantada no Norte de Minas Gerais. Interessante notar que essa música é um grande sucesso do cancioneiro popular chamado “Cálix Bento” (adaptado por Tavinho Moura).

Três anos depois, em 1968, mais um reconhecimento: Téo Azevedo foi considerado por Gérson Evangelista (cronista do jornal mineiro “O Debate”) como “O Melhor Compositor Mineiro do Ano”.

Em 1969, Téo seguiu para a capital paulista, onde aprendeu todas as modalidades de cantoria do Nordeste com o cantador alagoano Guaiatã de Coqueiros.

Nas ruas da pauliceia desvairada, Téo Azevedo corria o chapéu entre os ouvintes. E, na Feira de Arte da Praça da República, cantava com Alceu Valença que, à época, também iniciava sua carreira artística. Também em São Paulo, chegou a fazer parceria com o Venâncio da dupla “Venâncio e Corumbá”.

Calcula-se que Téo tenha mais de 2.500 músicas gravadas, o que faz dele um recordista no Brasil. No currículo, ele produziu mais de três mil trabalhos, escreveu mil histórias da literatura de cordel, além de 12 livros sobre cultura popular, sendo que o primeiro deles foi “Literatura Popular do Norte de Minas”. Também é autor de “Plantas Medicinais e Benzeduras”, “Cultura Popular do Norte de Minas”, “A Folia de Reis no Norte de Minas”, “Abecedário Matuto”, “Repente Folclore”, “Tiófo, O Cantador de um Braço Só” (obra inspirada em seu pai), “Dicionário Catrumano (Pequeno Glossário de Locuções Regionais)”, “As Plantas que Curam” e “Versos de Rodeio”. (Ascom PMMC)