Brigadistas de 23 Unidades de Conservação e equipes da Força-Tarefa Previncêndio, do Instituto Estadual de Florestas (IEF), promoveram nesta semana queimas prescritas de faixas de vegetação, com intuito de evitar que incêndios tomem grandes proporções durante o período de seca. Este é o ano com o maior número de parques e reservas com o emprego dessa técnica de uso intencional do fogo, prevista no plano de Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Registros do IEF mostram que o período de julho a outubro é o mais propenso à ocorrência de incêndios. A queima prescrita é uma atividade de finalidade conservacionista prevista no Manejo Integrado do Fogo (MIF), que também envolve o planejamento e o monitoramento das ações adotadas, a educação ambiental, os aspectos culturais, ecológicos e econômicos do fogo e até mesmo a recuperação de áreas atingidas pelas chamas.
Essa prática já é usada pelo IEF no entorno das Unidades de Conservação desde 2014, mas no interior seu uso foi regulamentado apenas em 2020, o que a tornou um importante recurso na prevenção a incêndios florestais e para a conservação de ambientes naturais.
A diretora-geral do IEF, Maria Amélia Lins, ressalta que o procedimento é usado de forma preventiva, produzindo uma queima de baixa intensidade, em área previamente avaliada e onde a fauna e a flora estão adaptadas a esse fogo. “É uma característica evolutiva adquirida ao longo de milhares de anos, agora também replicada por meio da intervenção humana”, diz.
Além das equipes do Previncêndio e dos brigadistas das unidades de conservação, o trabalho também envolve Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
O gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Belo, explica que a queda de um raio na natureza é a principal forma natural de fogo em vegetações no Brasil. Quando ela ocorre, é parte da ecologia da natureza, como elemento de renovação. Ele enfatiza que há vegetações, como o capim, que precisam ser queimados antes do período seco para não se acumularem, tornando-se combustível para as chamas ou na ausência destas, reduzindo sua vitalidade ao longo dos anos.
“Estamos fazendo queimas de menor intensidade, que reduzem o acúmulo e eliminam os possíveis e até prováveis incêndios severos agravados pelo acúmulo dos combustíveis no período seco. Além disso, ao queimar o capim acumulado, por exemplo, há a rebrota dessa vegetação, sendo os brotos mais nutritivos para as espécies pastadoras, fortalecendo a cadeia alimentar e permitindo o crescimento de vegetações que dependem da luz solar e de temperaturas mais altas para a quebra da dormência de sementes. Ainda, nesta época do ano na qual são feitas as queimas controladas, a fauna se reproduz menos, sendo um risco reduzido para boa parte dos animais”, afirma. (Agência Minas)
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