Edimilson Batista é o convidado do programa Gazeta Musical - Rede Gazeta de Comunicação

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Edimilson Batista é o convidado do programa Gazeta Musical

JOYCE ALMEIDA

O cantor Edimilson Batista é o convidado desta edição, do programa Gazeta Musical, da TV Gazeta Norte Mineira de Montes Claros. A entrevista pode ser acompanhada no canal do YouTube, Gazeta Musical.

Um dos maiores sucessos do forró nacional e um ícone de Minas Gerais, o “Cowboy dos Teclados” vem ao programa contar um pouco da sua carreira musical e sua história. Com uma agenda de shows bastante movimentada, São Paulo e a região Nordeste são os principais palcos do artista. “São 30 anos de estrada, pelo Brasil a fora. Acabei ‘estourando’ por lá porque praticante 70% da população paulista é daqui do Norte de Minas e morei muitos anos em São Paulo. Por volta dos anos 90, gravei um disco de vinil, pois na época não existia internet e as rádios tocavam mais as músicas internacionais. Era bastante difícil, mas acredito que não devemos abaixar a cabeça quando algo dá errado, por isso continuei na luta. Fiquei muito tempo tentando por lá e não dava certo, resolvi então me mudar para a cidade de Varzelândia. Lá conheci uma pessoa que me ajudou a gravar mais um disco que já deu certo. Nesse CD, a música ‘É bom demais’ teve uma grande repercussão na região. Devido ao meu jeito brincalhão, fui conquistando meu espaço”, conta o tecladista.

Durante a pandemia, assim como toda a classe artística, o cantor enfrentou muitos desafios para se manter e ajudar sua equipe e sua família. “Quando começou a pandemia, apareceram pessoas com algumas propostas em São Paulo. Uma delas era dona de uma emissora de rádio muito famosa e ela resolveu me dar uma força. Quando percebi que as lives não estavam mais dando muito retorno, resolvi voltar para SP a convite de um pessoal que queria que eu fizesse shows por lá. Como eu não tinha nenhuma fonte de renda para sustentar minha família e minha equipe, resolvi ir sozinho para que, se desse errado, só eu estivesse lá”, relata.

Segundo o cantor, as aventuras passadas para garantir o sustento foram bastante arriscadas, mas, de pouco a pouco, a situação foi começando a melhorar. “Começou a dar certo e ficávamos de olho, ia fazendo o show escondido. Eu levava apenas um teclado para se caso as autoridades chegassem, dava tempo de desmontar o instrumento e correr. Fui me apresentando assim até que houve a liberação para 50% do público. A situação foi melhorando então minha esposa e meus filhos vieram pra cá. Para quem não estava ganhando nada, nessa época já conseguia receber bastante toda semana. Graças a Deus, com o que ganhei, eu já conseguia impedir que a luz e a água fossem cortadas”, brinca o artista, que continua: “algumas pessoas me questionavam por estar fazendo shows em barzinhos, e eu nunca tive vergonha. Minhas despesas são altíssimas, então tive que vender meus carros importados, pois ninguém imaginaria que essa situação duraria por tanto tempo. Voltei a andar em um Gol 2001 e não me importava porque nunca fui uma pessoa metida. Eu acredito que não está preparado pra o topo, também não está preparado para a queda. As fases boas e ruins chegam para todos nessa vida, mas tudo passa. Já estamos nos recuperando, os shows estão voltando com tudo e a agenda está muito cheia”.

Edimilson conta que se sente muito feliz com sua carreira, mas que a saudade da família é uma questão bastante difícil de lidar. “Às vezes minha esposa quer me acompanhar, mas é bem cansativo para ela, ainda mais nesses períodos de fim de ano, pois temos um filho pequeno que não se dá muito bem com as viagens. A ausência e a distância entristecem tanto a mim, quanto a eles, meus filhos perguntam sempre por mim. Mas essa é minha profissão e quando coloco as mãos no teclado, todo o cansaço da estrada desaparece”, conta. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)