Glossofobia | Neuropsicóloga fala sobre o medo excessivo de falar em público - Rede Gazeta de Comunicação

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Glossofobia | Neuropsicóloga fala sobre o medo excessivo de falar em público

JOYCE ALMEIDA

Muitas pessoas enfrentam problemas com a timidez e o nervosismo, quando têm de lidar com o público. A Glossofobia é o medo excessivo de falar ou desempenhar alguma atividade em público, como, por exemplo, ao apresentar um trabalho; fazer a leitura em voz alta; dar uma conferência em uma palestra; ou mesmo um treinamento no ambiente de trabalho. Muitas vezes, só de pensar em dar um recado já se torna motivo de bastante sofrimento.

A neuropsicóloga Aldelúcia Castro explica mais detalhadamente sobre a Glossofobia. “Esse medo, principalmente exagerado, existe quando a pessoa está diante de uma situação e a percebe como ameaçadora para sua vida. Assim como é a nossa condição instintiva, uma evolução dos seres humanos e dos mamíferos, que precisavam preservar a espécie, atacando, fugindo ou simplesmente paralisando diante de situações ameaçadoras. A depender do que nos acontece quando sentimos que a situação é muito ameaçadora, as pessoas geralmente paralisam ou tentam evitar, e não enfrentam a situação”, esclarece.

Essa fobia provoca diversos transtornos que afetam diretamente a qualidade de vida da pessoa que a possui. “Essas pessoas que têm a Glossofobia, só de saber que vão precisar apresentar algo para outras pessoas, elas já sofrem com sintomas que são reações fisiológicas como: sudorese; boca seca; tremor; náusea; desconforto abdominal; sensação de desmaio; perturbações do sono. Além de pensamentos disfuncionais sobre si e sobre a situação; de que não vão conseguir; que não são boas o suficiente; que as pessoas vão julgar; medo de errar”, explica a especialista.

Segundo a neuropsicóloga, a ciência já aponta alguns fatores que contribuem para o desenvolvimento dessa fobia de auto exposição. “Ambientes em que são bastante exigentes sobre o ser; pessoas que vão desenvolvendo o perfeccionismo de forma exagerada; indivíduos que sofreram traumas quando precisaram se expor de alguma forma ao longo dos anos; fatores hereditários, ou seja, famílias que já possuem pessoas com aumento de ansiedade ou outros tipos de medos. Essas pessoas possuem maior pré-disposição em gerar tendências a fobia”, afirma a doutora.

Esses tipos de transtornos merecem uma atenção especial, sendo necessário buscando ajuda médica especializada no problema. A médica explica que existe tratamento para a Glossofobia e que em vários casos, é preciso medicação. “Se você possui Glossofobia, saiba que existe tratamento. As terapias cognitivas comportamentais vão trabalhar esses pensamentos disfuncionais que lhe impedem de enfrentar e as reações emocionais também disfuncionais. As meditações, técnicas de relaxamento, atenção plena, dentre outras técnicas de enfrentamento da situação. Serão realizados treinamentos para aprender passo a passo como reduzir a ansiedade antes de uma exposição. É preciso entender que, o medo, um ‘desconfortozinho’ ou emoção diante de uma situação nova acomete todos nós. O problema é a intensidade desse medo ou então quando ele não passa, trazendo o sofrimento para quem tem a fobia. Muitas vezes, está relacionada com transtornos de ansiedade e a medicação também se faz necessária no tratamento. Ou pode estar correlacionado com outros transtornos psicológicos”, informa.

A Neuropsicóloga conclui reforçando a necessidade de consultar um especialista para buscar a melhora do bem estar. “Por isso que é importante procurar um profissional especializado para fazer de fato diagnóstico correto. É preciso ter qualidade de vida, enfrentar as diversas situações e existe tratamento que deve ser feito”. (Sob supervisão de Stênio Aguiar)