JOYCE ALMEIDA

O dentista F. R. A., de 48 anos, foi preso em Montes Claros, pela segunda vez, acusado de estupro contra a sua estagiária; o acusado já havia sido preso em 2021, por importunação sexual contra duas vítimas – sendo uma delas menor de idade.

Na manhã dessa quarta-feira (21), em entrevista coletiva, a delegada Karine Maia, responsável pela Delegacia da Mulher, deu os detalhes do caso. “Em 2021, tivemos uma situação em que esse autor teria importunado sexualmente uma paciente menor de 15 anos de idade. Ele teria tentado agarrar a menina a força, durante uma consulta odontológica em seu consultório. Esse caso ocasionou na prisão em flagrante dele. No decorrer, ele foi solto na audiência de custódia por ser réu primário. Ao longo dessa investigação, surgiu uma outra vítima, dessa vez maior de idade. Essa moça também teria sido importunada sexualmente durante a consulta. Então, foram duas vítimas nesse primeiro fato ocorrido em 2021. Outras testemunhas também narraram que ele havia, tentado, cantado e importunado, e que não chegou a caracterizar crime, mas que foram condutas indevidas dentro do consultório”.

A delegada continua: “agora, em 2022, em que ele está respondendo ao primeiro processo em liberdade, surgiu uma terceira vítima, que seria uma moça que estaria fazendo um estágio. Ela trabalhava com ele como auxiliar no consultório e o autor teria a agarrado de forma mais incisiva. Chegou a puxá-la para um outro consultório em que ele tem um colchão, o mesmo que as outras vítimas de 2021 também narraram que ele possuía”.

“Ele puxou a mulher e a agarrou. Deu uma rasteira nela fazendo a mesma cair no colchão. Ele tentou tirar a roupa dela, mas a vítima conseguiu se debater e não ouve a conjunção carnal, mesmo assim, ele chegou a tocar nas partes íntimas e no corpo dela. A moça conseguiu sair, porém, muito aflita e nervosa, poucos dias depois ela veio até a delegacia e denunciou esse fato, não configurando prisão em flagrante”.

“O promotor de Justiça que está com o caso representou pela prisão preventiva desse autor, e a juíza, Drª. Solange, concedeu a prisão; a Delegacia de Mulheres cumpriu o mandado. Ele foi preso no consultório. Estava atendendo uma paciente, e a equipe de investigadores esperou acabar o atendimento. Foi cumprido o mandato de busca e apreensão e ele não resistiu à prisão. A condução do cumprimento do mandado de prisão foi tranquila”.

“Precisamos alertar as mulheres que tenham sido vítimas de um profissional em uma situação parecida, procurar a delegacia para sabermos se existem mais vítimas desse caso. É importantíssimo que as mulheres denunciem. Quanto mais casos, maior será a pena. Muitas mulheres acabam deixando para lá e não podemos mais deixar isso acontecer. Não podemos mais tolerar a violência contra a mulher. A violência sexual é uma delas e é gravíssima, que acontece muito. Sabemos que acontece em todos os lugares, e isto é inadmissível”.

“É importante que procure pessoalmente a Polícia sempre que possível, porque esse crime demanda uma investigação mais detalhada. Então se a mulher vier pessoalmente não precisa ter vergonha, somos vítimas”.