Mais da metade dos pequenos negócios mineiros é familiar - Rede Gazeta de Comunicação

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Mais da metade dos pequenos negócios mineiros é familiar

Pesquisa do Sebrae Minas mostra os principais desafios e vantagens de empresas com esse perfil

Na semana em que se comemora o Dia Nacional da Família (8/12), uma pesquisa realizada pelo Sebrae Minas com 1.413 empreendedores do estado mostra que mais da metade dos entrevistados (51%) está à frente de negócios familiares. Entre os portes, o Microempreendedor Individual (MEI) é o que mais tem familiares envolvidos no dia a dia das atividades empresariais: 56%. O percentual de Microempresas (ME) com gestão familiar é de 45% e de Empresas de Pequeno Porte (EPP) é de 41%.

Do total de entrevistados que afirmou ter um negócio familiar, 90% estão na primeira geração do negócio, ou seja, começaram com o atual proprietário. As EPP têm um percentual mais expressivo de negócios que já passaram da primeira geração da família: 15% estão na segunda e 2% estão na terceira geração. As ME veem em segundo lugar, com 11% dos negócios já tendo passado da primeira para a segunda geração e 2% para a terceira. Já entre os MEI, 6% afirmam estar na segunda geração e apenas 1% na terceira.

A pesquisa também mostra que 51% dos pequenos negócios familiares têm até quatro anos de mercado. As EPP são o segmento com maior longevidade: 50% têm mais de 10 anos e, dentre estas, 13% estão ativas há mais de três décadas. Entre os MEI, 60% estão em atividade há no máximo quatro anos, enquanto 21% têm entre 5 e 9 anos de atuação.

Desafios permanentes

Segundo a pesquisa, o principal desafio na gestão de um negócio familiar, apontado por 37% dos entrevistados, é organizar e distinguir as finanças do negócio das pessoais. O segundo principal desafio é separar a relação familiar da profissional, destacado por 36% dos entrevistados. O terceiro mais citado, por 22% dos participantes, é estabelecer regras e distribuir tarefas e responsabilidades. A pressão emocional maior pelo fato de o negócio ser da família foi mais citada por donos de EPP (28%) do que pelos de ME (16%) e por MEI (14%).

Os entrevistados também foram questionados sobre os pontos positivos de um negócio familiar. A maioria (48%) citou a satisfação de trabalhar e estar mais próximo da família como a principal vantagem. Flexibilidade e autonomia foram outros benefícios citados por 47% e 38% dos entrevistados, respectivamente. Ter mais autonomia na definição de planos e estratégias para o negócio foi mais citada por donos de EPP (57%), seguidos pelos proprietários de ME (43%) e por MEI (32%).

Um por todos, todos por um!

Em Montes Claros, no Norte do estado, a família Ferreira integra o cenário da pesquisa, com a administração da  Casa de Carnes Kau, no bairro Major Prates. No estabelecimento trabalham Antônio Carlos Ferreira, a esposa dele Vanete, e as filhas Natalia  e Carla Milena. Com dedicação e comprometimento, os quatro se revezam no atendimento e na gestão do negócio.  Antônio Carlos, ou “Kau”, como é conhecido, trabalha no setor desde os 13 anos de idade. Começou como funcionário, depois ocupou o cargo de gerente, e há cerca de dois anos, decidiu abrir a empresa com o apoio da família.

“Como qualquer família, temos nossas divergências, mas deixamos isso em casa. Na rotina de trabalho evitamos qualquer discussão, e buscamos sempre atender o cliente com educação e bom humor”, ressalta.

A sintonia entre Antônio Carlos e a esposa Vanete é antiga, pois já trabalhavam juntos em outro açougue, antes de serem proprietários, , e isso contribuiu para o sucesso do negócio em família. A empreendedora relata que trabalhar com o esposo e as filhas é uma recompensa pela jornada tripla. “Nossa vida é no açougue. Realizar as tarefas de esposa, mãe e dona de casa é puxado, mas gosto de ter nosso próprio negócio e podermos trabalhar juntos.  Nossa união é mais forte que os problemas”, enfatiza.

Natália, de 17 anos, considera que a rotina no açougue é um aprendizado. “Gosto de trabalhar com eles. Às vezes reclamo, mas entendo a importância de colaborar. Tento fazer sempre o melhor e atender bem os clientes.   Pretendo fazer uma faculdade e, no futuro, abrir meu próprio negócio. Trabalhar com minha família e conhecer as pessoas que passam por aqui, diariamente, colabora para o meu crescimento profissional e pessoal”, conta.

A filha mais velha, Carla Milena, 19 anos, também credita o bom desempenho do empreendimento ao trabalho e à união da família.” Aprendo muito com meus pais, não só no trabalho, mas na vida também. Eles são exemplos pra mim. Enfrentamos os desafios unidos, e isso nos fortalece e nos encoraja para enfrentarmos os problemas e celebrarmos as vitórias”, finaliza.

Dia da Família

O Dia Nacional da Família foi instituído pelo Decreto nº 52.748, de 24 de outubro de 1963 e é comemorado em 8 de dezembro. Além do Dia Nacional da Família, existem outras duas comemorações relacionadas ao tema: o Dia Internacional da Família, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e celebrado em 15 de maio; e o Dia da Família na Escola, instituído pelo Ministério da Educação (MEC) e comemorado em 24 de abril.